Maduro agradece ajuda de MST e arrisca no português: 'Falo perfeito'
Do UOL, em São Paulo
27/08/2024 16h51Atualizada em 27/08/2024 18h29
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, agradeceu a ajuda recebida do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais), e aproveitou o momento para falar em português em rede nacional.
O que aconteceu
Maduro agradeceu o envio de integrantes do movimento brasileiro, que defende a reforma agrária e o acesso à terra para os trabalhadores rurais. Ele discursava em evento nesta terça-feira (27).
Na mensagem, o ditador diz: "O MST me mandou uma equipe com mil homens e mulheres do Brasil para produzir em terras venezuelanas. Bem-vindo, Brasil. Bem-vindo! Bem-vindo, povo brasileiro. Bem-vindo, povo brasileiro, com revolução bolivariana. Eu falo português perfeito (sic)."
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O MST falou sobre a participação no evento e compartilhou imagens ao lado de Maduro. "Na XI Cúpula Extraordinária da ALBA-TCP, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) esteve presente na reunião coordenada pelo secretário executivo da Alba-TCP, Jorge Arreaza, junto ao presidente Nicolás Maduro e representantes de diversos países", diz a publicação feita no X.
Reeleição contestada
Maduro foi reeleito, segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), com 52% dos votos. A oposição, liderada por María Corina Machado, protesta e alega ter provas de que houve fraude e da vitória do seu candidato Edmundo González Urrutia.
Após a publicação dos resultados, venezuelanos saíram às ruas. Ao menos 27 pessoas —incluindo dois militares — morreram nos protestos, e centenas ficaram feridas. Cerca de 2.400 manifestantes, chamados de "terroristas" por Maduro, foram presos.
A contestação dos resultados foi parar na Suprema Corte, comandada pelo chavismo. Na semana passada, o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela) validou oficialmente o resultado das eleições de 28 de julho e reconheceu a vitória de Nicolás Maduro.
Independência do CNE e do TSJ foi questionada por missão da ONU. Os EUA, dez países da América Latina e o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, rejeitaram a decisão do TSJ.
Brasil e Colômbia insistem para que Venezuela publique as atas. "Ambos os presidentes [Lula, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia] permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis", diz uma declaração conjunta divulgada no sábado (24).