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Maduro diz que só não foi a debate nos EUA porque 'roubaram' seu avião

Nicolás Maduro Imagem: Maxwell Briceno/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

10/09/2024 19h52

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, revelou, em tom de ironia, o desejo de ir até os Estados Unidos para acompanhar o debate entre Kamala Harris e Donald Trump, com quem já teve atritos no passado. A declaração ocorreu durante evento público nesta terça-feira (10).

O que aconteceu

Maduro disse que só não foi ao debate porque "roubaram" o seu avião na República Dominicana. "Estou muito atento ao debate desta noite [entre Kamala Harris e Donald Trump, nos Estados Unidos]. Estou quase indo para lá. Se não tivessem roubado o meu avião na República Dominicana, eu iria para lá. Eles me deixaram sem avião."

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Ditador referia-se à apreensão de sua aeronave na semana passada. Os Estados Unidos apreenderam o avião —que estava em um aeroporto da República Dominicana— e o levaram para a Flórida. Na ocasião, os americanos justificaram a apreensão dizendo que a compra da aeronave violava as sanções aplicadas pelo país.

O avião Dassault Falcon 900EX foi comprado por US$ 13 milhões (R$ 73 milhões na cotação atual). Segundo comunicado dos EUA, avião foi adquirido ilegalmente e contrabandeado.

Maduro acusou o presidente da República Dominicana de estar por trás da apreensão. "O ladrão do presidente da República Dominicana, [Luis] Abinader. Ele é um bandido, um ladrão. O povo da República Dominicana repassará sua conta para você no devido tempo."

Apreensão ocorreu em meio à tensão por eleição. O confisco da aeronave aconteceu em um momento em que os EUA, e grande parte da comunidade internacional, se opuseram à decisão do Supremo Tribunal da Venezuela de validar a reeleição de Maduro. A oposição alega ter vencido o pleito, ocorrido no final de julho.

Sanções de Washington

Em agosto de 2019, EUA proibiram transações com pessoas que tenham "direta ou indiretamente agido para ou em nome do governo da Venezuela". Ordem, emitida sob a presidência do republicano Donald Trump, valia para qualquer pessoa dos Estados Unidos.

Desde 2005, Washington impõe sanções a indivíduos e entidades na Venezuela. Proibições são para aqueles "que se envolveram em ações criminosas, antidemocráticas ou corruptas", segundo um documento do Congresso americano. "Em resposta aos crescentes abusos dos direitos humanos e à corrupção do governo de Nicolás Maduro, no poder desde 2013, a Administração Trump expandiu as sanções americanas para incluir outras sanções."

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