Netanyahu rejeita cessar-fogo com Hezbollah e faz novos ataques no Líbano
Colaboração para o UOL, em São Paulo
26/09/2024 08h26Atualizada em 26/09/2024 16h39
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou proposta de cessar-fogo com o Hezbollah e ordenou que as tropas israelenses continuem os ataques no Líbano.
O que aconteceu
Exército israelense continuará o combate no Líbano "com toda a força necessária", afirmou Netanyahu. As declarações de continuidade no conflito foram dadas após os governos dos Estados Unidos e da França pedirem um cessar-fogo de 21 dias por temerem uma escalada de tensões na região.
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Israel afirmou que seu Exército vai "continuar os combates conforme planejado". "As notícias sobre um cessar-fogo estão incorretas. Esta é uma proposta dos EUA e da França que nem sequer foi respondida por Netanyahu. As notícias sobre supostas diretrizes de moderação no conflito no norte tampouco correspondem a realidade dos fatos", disse o governo israelense por meio de nota.
Netanyahu também garantiu que continuará a atacar Gaza, na guerra que se estende desde outubro do ano passado. "Os combates em Gaza vão continuar até que todos os objetivos da guerra sejam alcançados".
França e Estados Unidos são os países que lideram as negociações para o cessar-fogo e que mais têm pressionado Hezbollah e Israel em busca de soluções emergenciais para interromper a fase mais intensa dos confrontos. Os dois países, juntamente a seus aliados, fizeram um apelo na quarta-feira, às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, para um "cessar-fogo imediato" para que fosse dada "uma oportunidade à diplomacia".
O documento apresentado por EUA e França teve o apoio da União Europeia, Austrália, Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar.
Ataques continuam
Israel diz ter atacado 75 alvos do Hezbollah no Vale do Bekaa e no sul do Líbano nesta quinta-feira (26). Conforme as forças israelenses, também foram atacadas instalações de armazenamento de armas e lançadores prontos para serem disparados.
A agência de notícias ANI descreveu "a noite mais violenta da agressão israelense" na região de Baalbeck, no leste do Líbano, um dos redutos do Hezbollah, bem como o sul do Líbano. Na quarta-feira, o chefe do Estado-Maior do exército israelense, general Herzi Halevi, pediu aos soldados que se preparassem para uma possível ofensiva terrestre, despertando no Líbano a memória da última guerra de Israel contra o Hezbollah, em 2006.
Desde segunda-feira (23), os ataques israelenses deixaram mais de 600 mortos no Líbano, incluindo muitos civis, enquanto o movimento islâmico libanês, apoiado pelo Irã, aumentou o lançamento de foguetes em direção ao norte de Israel e visou pela primeira vez com um míssil Tel Aviv, no centro do país. Os bombardeios levaram mais de 90 mil pessoas a fugir de suas casas, segundo a ONU, para Beirute ou para a Síria. Na quarta-feira, mais de 70 pessoas morreram e quase 400 ficaram feridas, segundo as autoridades libanesas.
Hospitais do Líbano estão superlotados e premier libanês clama à ONU por cessar-fogo. Najib Mikati relatou nesta quinta-feira (26) que as unidades de saúde do país estão "repletas de civis feridos", entre os quais mulheres e crianças, e não têm mais capacidade de receber feridos pelos bombardeios israelenses.
;Espero voltar ao meu país com uma posição explícita do Conselho de Segurança da ONU pela cessação dessa agressão e pelo respeito à soberania e à segurança do meu país.
-- Najib Mikati, premier do Líbano
*Com informações da RFI e AFP