Burro x elefante: de onde vieram os mascotes dos partidos norte-americanos?
Nos EUA, o Partido Democrata é tradicionalmente associado a um burro, enquanto o Republicano é representado por um elefante. Os mascotes surgiram no final do século 19 e são utilizados nas campanhas eleitorais até hoje.
O que aconteceu
Burro foi associado aos democratas pela primeira vez em 1828, durante uma campanha presidencial. Andrew Jackson, candidato democrata de postura populista, era chamado de "jackass" [burro] por seus opositores, em um trocadilho com seu sobrenome. A palavra era usada tanto para nomear o animal quanto para xingar uma pessoa de idiota, estúpida. No entanto, Jackson resolveu incorporar a piada aos seus pôsteres de campanha, e passou a usar o burro como um símbolo de sua teimosia.
Elefante foi usado politicamente em uma campanha pelo então presidente Abraham Lincoln. Em 1864, o jornal "Father Abraham" [Pai Abraham] mostrou um elefante segurando um cartaz celebrando uma vitória durante a Guerra Civil dos EUA. Na época, a expressão "see the elephant" [veja o elefante] era um gíria relacionada a participar de uma guerra e lutar bravamente.
Cartunista popularizou o uso dos animais para representar os partidos. Thomas Nast, um dos maiores cartunistas da história dos EUA, consolidou os símbolos em 1874, quando publicou a ilustração "Third Term Panic" na revista Harper's Weekly. Esta charge mostrava um elefante, nomeado de "voto republicano" tropeçando em inflação, repúdio e reformas, e quase caindo em um abismo, chamado caos. O cenário se repetiu em diversas outras ilustrações, que apresentavam os animais na iminência de um desastre, indicando que o país vivia uma política que estava à beira do caos.
Nos anos seguintes, o artista seguiu caracterizando pessoas e partidos como animais, satirizando a política americana e a comparando a um circo. Os republicanos eram apresentados como um grupo em pânico e perdido, cujo tamanho mais atrapalhava do que ajudava. Já os democratas seriam uma junção de pessoas burras e teimosas.
Mesmo diante das críticas, apoiadores decidiram adotar os mascotes. É comum que democratas e republicanos participem de comícios e campanhas utilizando acessórios e fantasias que representem os animais.