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Por que Trump diz que essa é última eleição na qual cristãos precisam votar

26.out.2024 - Donald Trump dança no palco durante um comício de campanha no Suburban Collection Showplace em Novi, Michigan Imagem: Anna Moneymaker/Getty Images

Sara Baptista

Colaboração para o UOL

04/11/2024 05h30

Em 27 de julho deste ano,o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump falou a um grupo de eleitores cristãos que se ele fosse eleito, eles não precisariam votar novamente. A fala alarmou críticos, mas o republicano não estava prometendo uma ditadura.

O que aconteceu

"Cristãos, saiam e votem! Apenas esta vez - vocês não terão que fazer mais isso", disse Trump no comício. "Vai ser consertado. Vai ficar tudo bem (...) Em quatro anos, vocês não precisarão votar de novo. Nós vamos ter consertado [o país] tão bem que vocês não precisarão votar".

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Opositores do ex-presidente alertaram para a possibilidade de a fala dele transparecer um suposto desejo de se estabelecer como ditador no país. Trump, porém, negou que seu pronunciamento tenha tido este sentido.

Em posterior entrevista à Fox News, o ex-presidente afirmou que disse aquilo porque cristãos são um grupo conhecido por terem uma alta abstenção. Na ocasião, Trump voltou a repetir a fala e foi questionado sobre seu significado.

"Essa afirmação é muito simples, eu disse: 'Vote em mim, você não terá que fazer isso nunca mais", disse. "Os cristãos não são conhecidos como um grande grupo votante, eles não votam. E estou explicando isso para eles. Você nunca vota. Desta vez, vote. Eu vou endireitar o país, você não vai precisar mais votar, eu não vou precisar mais do seu voto, você pode voltar a não votar", complementou.

Nos Estados Unidos o voto não é obrigatório e parte do trabalho em uma campanha eleitoral é convencer os eleitores a ir às urnas. Trump usou a fala para tentar levar os eleitores cristãos a aparecer para votar. Ele tem afirmado que esta é a eleição mais importante da história dos Estados Unidos.

Pressionado pelo entrevistador da Fox News, Trump disse também que "com certeza" vai deixar o cargo após o fim de um eventual próximo mandato. Segundo as leis americanas, ele não poderia se reeleger.

Para reforçar seu argumento, o ex-presidente acrescentou que deixou a presidência da última vez. Em 2020, Trump foi derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden. Ele saiu da Casa Branca, mas não participou da cerimônia de posse para passar a faixa presidencial.

Tendências antidemocráticas

Donald Trump já demonstrou ter tendências antidemocráticas no passado. Ainda que sua fala no evento com apoiadores cristãos tenha tido outro significado, ele não esconde sua admiração por líderes autoritários como os presidentes da Rússia Vladimir Putin, e da Hungria, Viktor Orbán.

Em outra ocasião, o republicano afirmou, de acordo com oficiais da Casa Branca, que o regime nazista na Alemanha de Hitler "fez algumas coisas boas". Na última semana, o jornal The Atlantic revelou que Trump disse que gostaria de "generais como os de Hitler".

Em maio deste ano, Trump também já havia considerado a ideia de um terceiro mandato. Segundo a lei americana, uma pessoa só pode ser presidente do país por dois mandatos, sendo eles consecutivos ou não.

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