Eleição americana começa em clima de tensão política e temor de violência
Do UOL
05/11/2024 10h13
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A eleição presidencial americana começou nesta terça-feira com Donald Trump e Kamala Harris empatados em todas as principais pesquisas de intenção de voto e sob um clima de tensão política. Para muitos analistas, além do próximo presidente, o próprio futuro da democracia americana está em jogo.
Autoridades e observadores estão apreensivos com o risco de distúrbios e intimidação durante a votação e a apuração. No centro de contagem de votos do condado de Maricopa, no Arizona, que teve os números contestados por Trump em 2020, a segurança foi reforçada com drones, e franco-atiradores da polícia estão de prontidão.
Matemática da vitória
Kamala Harris e Donald Trump passaram o último dia de campanha pedindo votos nos estados que devem decidir a maioria no Colégio Eleitoral. O republicano passou pela Carolina do Norte, Pensilvânia e terminou a segunda em Michigan. A democrata visitou várias cidades na Pensilvânia.
Os três estados, além de Nevada, Arizona, Geórgia e Wisconsin, devem decidir o vencedor. Juntos, eles somam 93 delegados. Se não houver surpresas em outros estados, Kamala precisa conquistar 44 desses 93 votos para vencer; Trump, 51. Também pode haver empate. Nesse caso, o presidente é escolhido pelos deputados eleitos e, segundo as projeções, os republicanos devem ter a maioria dos votos.
Cobertura UOL
O UOL e o Canal UOL terão cobertura especial das eleições americanas nesta terça. Ao longo de todo o dia, você terá informações e análises em tempo real sobre o andamento da disputa. A partir das 20h, a colunista Raquel Landim comandará o UOL News ao vivo.
A atração contará com as participações dos jornalistas Kennedy Alencar e Amanda Klein, além do colunista Jamil Chade e o cineasta José Padilha, ambos direto dos Estados Unidos, e o colunista Leonardo Sakamoto, em São Paulo. O programa poderá ser acompanhado na sua TV, home-page do UOL, no YouTube e nas redes sociais do UOL.
Disputa pelo Congresso
Além dos delegados para o Colégio Eleitoral que definirá o presidente, os americanos votam hoje para eleger todos os 435 deputados da Câmara dos Representantes, além de 34 vagas no Senado.
Atualmente, os republicanos controlam a Câmara, e os democratas, o Senado. Nos dois casos, por pequena maioria. Pesquisas recentes indicam uma grande probabilidade de que as posições se invertam na próxima legislatura, que começa em janeiro, com os democratas obtendo maioria na Câmara e os republicanos no Senado.
Direito ao aborto em voto
Em nove estados americanos, os eleitores também vão decidir se o direito ao aborto deve ser assegurado nas Constituições estaduais. Nos casos de Arizona, Flórida, Missouri, Nebraska e Dakota do Sul, propostas de emendas constitucionais podem reverter proibições já em vigor, desde que a Suprema Corte decidiu em 2022 que a interrupção da gravidez deixou de ser um direito nacional.
O tema é visto pela campanha democrata como um fator que pode incentivar eleitores simpatizantes do partido a irem às urnas, o que poderia favorecer Kamala Harris.
Primeiro resultado
A votação já foi encerrada e a primeira urna das eleições americanas apurada no condado de Dixville Notch, em New Hampshire. O resultado foi um empate entre Kamala e Trump, com três votos para cada.
Em 2020, Joe Biden conquistou os cinco votos de então. New Hampshire é considerado um estado garantido para os democratas. O último republicano a vencer no local foi George W. Bush, em 2000. As leis estaduais permitem que condados com até cem eleitores abram as urnas à meia-noite e comecem a apuração logo após o voto do último eleitor.
Assessor de Netahyahu preso
A polícia israelense prendeu um assessor que trabalhava para o diretor-geral do gabinete de Benjamin Netanyahu e é acusado de distorcer o conteúdo de documentos sigilosos e vazá-los para jornais estrangeiros. Os papéis revelariam supostos planos do então chefe do Hamas, Yahia Sinwar, de deixar Gaza com os reféns.
Líderes da oposição acusam Netanyahu de responsabilidade pela manobra, que teria o objetivo de sabotar as negociações com o Hamas. No domingo, o juiz responsável pelo caso, Menahem Mizrahi, afirmou que o vazamento prejudicou as chances de retorno dos reféns. Netanyahu nega sua participação.