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Biden é obrigado a ir à posse de Trump? Tradição só foi quebrada 4 vezes

Donald Trump assume o cargo de presidente dos EUA no dia 20 de janeiro - REUTERS/Jeenah Moon/File Photo Donald Trump assume o cargo de presidente dos EUA no dia 20 de janeiro - REUTERS/Jeenah Moon/File Photo
Donald Trump assume o cargo de presidente dos EUA no dia 20 de janeiro Imagem: REUTERS/Jeenah Moon/File Photo

Do UOL, em São Paulo

14/01/2025 05h30

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, toma posse no dia 20 de janeiro. O presidente Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, derrotada por Trump, já confirmaram presença na cerimônia. A presença do atual presidente nunca foi obrigatória, mas é vista como um ato de cordialidade. A tradição foi quebrada apenas quatro vezes na história do país.

O que aconteceu

John Adams x Thomas Jefferson, em 1801. Jefferson era vice de Adams, mas quis tentar assumir o poder máximo dos Estados Unidos na nova eleição. Como Adams tinha aprovado leis anti-imigração e que limitavam a liberdade da imprensa no país, sua popularidade estava balançada. Em votos, eles empataram, e a decisão sobre quem assumiria a administração foi decidida pela Câmara: Jefferson foi eleito presidente. A transição de poder não teve brigas, mas Adams decidiu não estar presente para ver seu vice assumir o cargo.

John Quincy Adams x Andrew Jackson, em 1829. Com a aposentadoria do 5º presidente dos EUA, James Monroe, John Quincy Adams acreditava que poderia assumir a Presidência do país "por direto", por ser secretário de Estado, em 1824. Andrew Jackson, no entanto, quis ir para a disputa. Não deu certo. Sem maioria dos votos, a Câmara elegeu Quincy Adams o novo presidente. A disputa se repetiu em 1829. Dessa vez, Jackson foi eleito. Quincy Adams deixou a Casa Branca um dia antes da cerimônia de posse, após tentar amenizar a relação entre os dois sem sucesso.

Andrew Johnson x Ulysses S. Grant, em 1869. No papel de vice, Johnson se tornou presidente após o assassinato de Abraham Lincoln, com a promessa de obstruir as vontades do Congresso Republicano. Mas como falhou nessa missão, foi cassado pela Câmara em 1868. Nesse mesmo ano, o general Ulysses S. Grant, inimigo de Johnson, ganhou as eleições no país. Johnson se recusou a comparecer na posse do adversário no ano seguinte.

Donald Trump x Joe Biden, em 2021. Trump avisou seus seguidores pelas redes sociais que não estaria presente durante a troca da administração e fez um discurso instigando seus eleitores, dizendo que houve fraude —ele nunca apresentou provas. Em 6 de janeiro, seus apoiadores tentaram invadir o Capitólio. A sessão foi interrompida por falta de segurança, e o Congresso deu a confirmação da vitória de Biden apenas no dia seguinte. No dia da posse, Trump viajou para sua casa na Flórida.

Como será a posse

O dia da posse é conhecido como Inauguration Day (dia da inauguração, em tradução livre). A cerimônia acontece no edifício do Capitólio, em Washington.

O vice-presidente eleito é empossado primeiro. Ele repete o mesmo juramento de posse, em uso desde 1884, dos senadores, deputados e demais servidores federais.

O presidente eleito também recita um juramento. Ele diz: "Juro (ou afirmo) solenemente que exercerei fielmente o cargo de Presidente dos Estados Unidos e, da melhor maneira possível, preservarei, protegerei e defenderei a Constituição dos Estados Unidos."

Lula não participará da posse de Trump. Com o Brasil, o futuro presidente americano seguiu protocolo tradicional das posses presidenciais nos EUA, para as quais não são convidados chefes de Estado ou governo, e sim diplomatas.

Medida seria adotada por segurança e para reforçar a ideia de supremacia americana. Não haveria necessidade de reconhecimento de outras nações.

O presidente brasileiro também não foi convidado para a posse de Barack Obama em 2009. Mesmo com agenda alinhada a de Lula, Obama convidou apenas embaixadores.

Mas Trump abriu exceção ao protocolo e convidou líderes da extrema direita. É o caso do presidente argentino, Javier Milei, da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, e Nayib Bukele, presidente de El Salvador.

Bolsonaro ainda não está confirmado na posse. O ex-presidente diz ter sido convidado e pediu liberação do passaporte, apreendido em fevereiro do ano passado pela Polícia Federal, para poder viajar. Mas o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que a defesa do ex-presidente brasileiro apresente um documento oficial que comprove o convite para a cerimônia.


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