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Putin impõe condições a cessar-fogo e manda 'mensagem' para Trump

Maxim Shemetov / POOL / AFP Maxim Shemetov / POOL / AFP
Imagem: Maxim Shemetov / POOL / AFP

Do UOL

14/03/2025 09h46

Vladimir Putin se encontrou ontem à noite com o enviado dos EUA Steve Witkoff, por quem "transmitiu informações e indicações dirigidas ao presidente Trump" sobre a proposta de cessar-fogo. A informação foi divulgada hoje pelo porta-voz de Putin, Dmitri Peskov.

Ainda ontem, Putin impôs condições para aceitar a trégua proposta por EUA e Ucrânia na quarta-feira. "Somos a favor, mas há nuances", disse. "Como podemos garantir que essa situação não aconteça novamente? Como o controle será organizado? Essas são questões importantes."

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Ele também condicionou os próximos passos de uma eventual negociação à expulsão das tropas ucranianas da província russa de Kursk.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, sugeriu que Putin está apenas tentando ganhar tempo para manter a ofensiva. "Putin quer continuar a guerra. Suas outras declarações são apenas uma cortina de fumaça".

Trump x Justiça

Um juiz dos Estados Unidos ordenou que seis agências federais readmitam milhares de funcionários públicos que foram demitidos após a posse de Donald Trump para encolher o Estado.

"É um dia triste quando nosso governo despede algum bom empregado e diz que se baseou no rendimento, quando sabem bem que isso é mentira", disse o juiz William Alsup, em uma audiência no Tribunal do distrito de San Francisco.

A decisão é mais uma da série de reveses do governo Trump nos tribunais americanos. Na semana passada, a Suprema Corte manteve a decisão de um juiz federal que proibiu o corte pelo governo do pagamento de US$ 2 bilhões por serviços humanitários.

Ontem, Trump foi à Suprema Corte para tentar derrubar decisões da Justiça que revogaram a medida que acabava com o direito automático à cidadania americana para filhos de imigrantes.

Ameaça nuclear

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, defendeu ontem a transferência de bombas nucleares da Otan para o território do país.

"Essa tática defensiva é uma resposta vital ao comportamento da Rússia. A Polônia está pronta para hospedar essa arma nuclear."

A declaração de Duda é mais um exemplo da volta da ameaça nuclear, antes um tabu, ao discurso de líderes mundiais.

O tema ganhou ainda mais espaço após a posse de Trump. Na semana passada, o presidente francês, Emmanuel Macron, levantou a hipótese de oferecer o arsenal nuclear francês a outros países europeus frente à ameaça russa.

O tema também deixou de ser proibido na Alemanha e no Japão, excluídos do clube nuclear pela derrota na Segunda Guerra.

Guerra das bebidas

A guerra tarifária mundial desencadeada por Donald Trump ameaça deixar bebidas importadas mais caras em quase todo o mundo.

Ontem, o presidente americano ameaçou taxar em 200% "vinhos, champanhes e outras bebidas da França e de outros países europeus".

Um dia antes, a União Europeia havia anunciado uma sobretaxa de 50% sobre os whiskies americanos. O Canadá também incluiu o bourbon whisky na lista de produtos sobretaxados em retaliação às tarifas de Trump, e as bebidas americanas em geral também estão sendo alvo de boicote de comerciantes e consumidores no país.

A taxação de bebidas tem um caráter simbólico forte, muitas delas levam a uma associação direta com a identidade nacional: o vinho francês, o whisky escocês ou a tequila mexicana.

O impacto econômico para o setor também não é desprezível. As exportações de bebidas da União Europeia para os EUA somam cerca de US$ 15 bilhões e representam mais de 20% das vendas externas.

Nível dos oceanos sobe acima do previsto

O nível do mar subiu 0,59 centímetros no ano passado, mais do que os 0,43 previstos anteriormente por cientistas, de acordo com uma medição da Nasa divulgada ontem.

"O ritmo desse aumento está cada vez mais rápido", disse Josh Willis, um dos pesquisadores da Nasa.

Segundo a agência, dois terços da elevação foram provocados pela expansão do volume das águas dos oceanos pelo aumento da temperatura.

O restante se deve sobretudo ao derretimento da camada de gelo. A proporção é inversa à dos anos anteriores, quando o derretimento dos glaciares e das calotas polares foi a principal causa.

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado desde o início das medições, em 1850. Nos últimos 30 anos, de 1993 a 2023, o nível médio do mar aumentou 10 centímetros.

Maduro dá fazenda ao MST

Nicolás Maduro entregou ao MST uma fazenda de cerca de 180 mil hectares, desapropriada em 2008, ainda durante o governo de Hugo Chávez.

"Acredito na união dos povos, por isso pedi ao Movimento Sem Terra do Brasil que receba esses 180 mil hectares das melhores terras da Venezuela para liderar um projeto sul-americano", disse Maduro.

Roxana Fernández, representante do MST, afirmou que o movimento irá usar a fazenda La Vergareña, no estado de Bolívar, para reforçar a "soberania alimentar" na Venezuela, que tem enfrentado períodos de escassez.


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