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Maduro chama secretário de Trump de 'imbecil' por ameaças contra Venezuela

Colaboração para o UOL, em São Paulo, e colunista do UOL, em Nova York

27/03/2025 20h33

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de "imbecil" o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, após ele fechar um pacto militar com a Guiana e sugerir que os Estados Unidos pode usar sua marinha contra a Venezuela.

O que aconteceu

"Imbecil. Ninguém ameaça a Venezuela", disse Maduro sobre Marco Rubio. Durante discurso, o venezuelano ainda fez críticas pessoais a Rubio, dizendo que ele "nunca viu uma assembleia popular, nunca foi a um bairro", porque é da "elite corrupta de Miami", cidade onde o secretário de Trump nasceu.

Maduro criticou Estados Unidos por deportação de venezuelanos a El Salvador. Neste mês, o governo Trump deportou a El Salvador 238 venezuelanos que viviam nos EUA, dizendo que todos pertenciam à gangue Tren de Aragua. A operação, chamada de "sequestro" por Maduro, foi vista pelo presidente venezuelano como uma campanha de criminalização contra os imigrantes.

Vejam o que fizeram com os migrantes venezuelanos. Quem pediu e apoiou o sequestro deles em El Salvador? Quem? Que o povo diga. Eles precisam saber disso; mais cedo ou mais tarde, essa criminosa responderá perante a justiça pelo que esse povo fez com ela. [...] Este povo tem que se tornar mais rebelde quando é ameaçado, quando é golpeado, somos mais rebeldes, somos mais altivos, mais lutadores e temos que cuidar da Venezuela, cuidar da paz do nosso país e a melhor forma de exercer o poder popular é construindo. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela

EUA e Guiana assinaram pacto de segurança. O acordo coloca a Guiana sob uma espécie de guarda-chuva de proteção de Washington. Durante coletiva de imprensa, Rubio alertou que uma eventual ação da Venezuela na Guiana será respondida pela Casa Branca.

"Haverá consequência para agressores e aventureiros", disse Rubio. "Nossa Marinha é grande e pode chegar a qualquer lugar do mundo", afirmou Rubio. Para as autoridades da Guiana, há de fato um compromisso dos EUA pela "defesa do país". De acordo com Rubio, se os venezuelanos fizerem algo no sentido de cruzar as fronteiras, "será um grande erro para eles". "Não vou detalhar nada, mas todos entendem. Será um dia e uma semana muito ruim para o regime da Venezuela", disse.

Guiana vem registrando tensão cada vez maior em fronteiras. O país, rico em petróleo, descobriu suas reservas há apenas uma década, mas pode se tornar este ano o maior produtor mundial de petróleo per capita, superando o Catar e o Kuwait. Desde ano passado, Maduro vem insistindo sobre seu interesse pelo território de Essequibo. O venezuelano, após um polêmico plebiscito, chegou a anunciar a criação de uma província no país vizinho.


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