O aparelho perfeito por Deepak Chopra: máquina que monitora mente e corpo

Um grupo de personalidades internacionais responde à grande questão: qual é o seu aparelho perfeito?

A invenção que tenho em mente é um dispositivo digital que qualquer pessoa poderia usar para dominar a conexão mente-corpo. Milhões de pessoas estão despertando para o conceito do autocuidado. Em vez de esperar os sintomas aparecerem e aí correr ao médico para eliminá-los, podemos promover o bem-estar muito além do que se imaginava há 50 ou 30 anos. Só que isso exige dados precisos da mente e do corpo – e agora está se tornando possível.

O dispositivo ideal enviaria um único sinal, bem simples – uma vibração no smartphone, quem sabe – que lhe daria informações sobre sua pressão arterial, respiração e variação dos batimentos cardíacos, além de dados sobre seu cérebro através das ondas alfa. Essas referências são muito usadas no biofeedback, técnica que permite ao indivíduo controlar o corpo com pensamentos e comportamentos baseado na resposta que recebe dos sensores.

Como a câmera de uma babá eletrônica, o dispositivo digital monitoraria o que lhe vai na mente e no corpo – embora os dados fossem apenas parte do processo; a seguir viria a intervenção. O usuário deve recuperar o equilíbrio o mais rápido e automaticamente possível. Um corpo saudável é, ao mesmo tempo, estável e dinâmico, condição conhecida como homeostase. O autocuidado nada mais é que preservar essa tendência, intervindo conscientemente quando o estresse, as inflamações, a falta de sono e de uma alimentação balanceada passam a ser obstáculos.

O mais incrível no biofeedback é que você só precisa pensar sobre um resultado para alcançá-lo. Um impulso consciente altera dezenas de funções corporais. Você vê esse mecanismo em ação toda vez que tem a intenção de fazer algo – correr no parque ou varrer as folhas caídas, por exemplo. Atualmente há no mercado dispositivos que monitoram um ou dois tipos de estímulo, mas poucos ajudam na recuperação do equilíbrio.

Um deles é o Dream Weaver, que lança mão da luz e de pulsos luminosos a frequências específicas para alterar o cérebro de forma semelhante à da meditação profunda. A “meditação automática” me empolga porque oferece uma aplicação prática à conexão corpo-mente – e também é muito promissora por ajudar as pessoas a dormir naturalmente, sem a ajuda de remédios.

Eu sou otimista. Está mais do que na hora de termos acesso a algo inconcebível há algum tempo: um biofeedback holístico, que incluiria todos os nossos registros mais importantes. E serviria não só como um meio de promover o autocuidado como nunca foi feito antes, mas também como portal para uma consciência superior. Um guru no pulso não está fora de questão.