Estilhaços de bomba penetraram até portas de metal, aponta investigação
O homem-bomba no ataque de Manchester parece ter carregado um poderoso explosivo em um recipiente de metal leve escondido ou dentro de um colete negro ou em uma mochila azul Karrimor, e levava o detonador na mão esquerda, segundo informações preliminares levantadas pela polícia britânica.
A análise inicial da bomba, com base nas evidências fotografadas e coletadas na cena do crime, não especifica o tamanho ou o tipo de explosivo usado na principal carga da bomba mas sugere um dispositivo improvisado feito com cuidado e antecipação.
Imagens de cápsulas de metal e pregos expelidos pela explosão, e dos danos nas proximidades, mostram que a estilhaços da bomba penetraram portas de metal e deixaram profundas marcas em muros de tijolos.
Uma análise da localização daqueles que foram mortos mostra que a maioria das mortes ocorreu em um círculo quase completo em volta do suicida, Salman Abedi, cujo torso superior foi expelido para fora do anel letal, em direção à entrada da Manchester Arena.
Todos esses elementos são indicadores de uma carga poderosa e de alta velocidade, e de uma bomba em que seus estilhaços foram cuidadosa e uniformemente colocados.
A localização do torso do homem-bomba e a aparente falta de vítimas em uma linha entre o local da explosão e onde seus restos foram parar foram dados usados por um dos técnicos em explosivos que examinaram as imagens para explicar que o explosivo estava mais provavelmente em uma mochila do que num colete, impulsionando o suicida para fora da área de explosão.
Alguns detalhes da bomba sugerem ainda um desejo da pessoa que fez a bomba de reduzir o risco de falha na detonação.
Autoridades encontraram destruída no local uma bateria de chumbo Yuasa de 12 amperes, que é mais poderosa que as baterias comumente vistas em bombas de mochilas ou em coletes-bomba. A bateria, usada para iluminação de emergência, pode ser comprada por cerca de US$ 20 (cerca de R$ 65).
O aparente detonador, que investigadores britânicos dizem ter sido carregado na mão esquerda do suicida, também é incomum para um detonador manual em um dispositivo suicida, pois parecia conter uma pequena placa de circuito soldada em uma das extremidades.
Não está claro para as autoridades se o objeto era um interruptor simples ou incluía um timer ou um receptor para ser operado remotamente.
Isso permitiria que o suicida ou a célula tivessem mais de uma opção para empregar o dispositivo, e sugere que a bomba não era tão simples como muitos dos dispositivos usados em ataques, que são muitas vezes simplórios e dados ao fracasso ou a efeitos aleatórios.
Técnicos em bomba que analisaram as imagems para o "New York Times" disseram que uma análise mais minuciosa é difícil sem mais informações e que avaliações da bomba podem mudar enquanto as autoridades a averiguam e coletam mais evidências.
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