Não esqueceremos 233 cruzes foram fincadas em frente à Câmara Municipal de Petrópolis. Este é o número oficial de vítimas da chuva extrema que atingiu a cidade há um mês. Também foram expostas as fotos de quatro vítimas ainda não localizadas - apenas um grupo de voluntários segue nas buscas. A resposta precária dos governos federal e estadual à tragédia pode fazer parecer que os petropolitanos estão sozinhos nesta, mas milhões de brasileiros viram na catástrofe um alerta inesquecível dos riscos que estão correndo. Segundo o relatório climático da ONU divulgado há poucos dias, a população brasileira impactada por enchentes dobrará ou triplicará mesmo se as emissões de gases de efeito estufa diminuírem rapidamente - e elas estão aumentando. Modernização do setor elétrico Quanto mais energia renovável for incorporada ao mix de energia do Brasil, mais barata ficará a conta de luz. Apesar do potencial do país para as renováveis eólica e solar, o setor elétrico brasileiro é permeado atualmente por distorções que favorecem termelétricas fósseis, encarecendo a conta e a dependência do gás dos EUA. O Projeto de Lei 414, relatado pelo deputado federal Fernando Coelho Filho (União-PE), quer corrigir isso e modernizar o mercado brasileiro de energia. Organizações de defesa do consumidor apoiaram a proposta em evento realizado na terça (15) e cobram sua aprovação sem emendas. EPBR e CanalEnergia dão detalhes sobre o projeto de lei. Energia suja na Baía de Sepetiba O governo do Rio de Janeiro autorizou a instalação de quatro usinas termelétricas na Baía de Sepetiba, na zona oeste do Rio, mas o órgão ambiental do estado, o INEA, classificou o projeto como de alto potencial poluidor. A empresa turca Karpowership (KPS) quer instalar as usinas de eletricidade sobre balsas flutuantes, que seriam abastecidas por embarcações que transformam o combustível líquido em gasoso. O engenhoso projeto, que sequer apresentou estudo de impacto ambiental, teria capacidade para gerar 560 megawatts, segundo informa o Globo. Para efeito de comparação, Minas Gerais já gera quase o triplo disso apenas com os painéis solares distribuídos - segmento com muito menos impacto ambiental e para o qual os fluminenses estão bem atrasados. Provocação Distribuir medalhas é uma das poucas realizações da gestão Bolsonaro. Esta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública resolveu provocar os Povos Indígenas, distribuindo medalhas do Mérito Indigenista a integrantes do governo que atentam contra os direitos dessas populações. Estão na lista o próprio Jair Bolsonaro, que prometeu e está cumprindo não demarcar nenhuma Terra Indígena (TI) no país; o ministro da pasta, Anderson Torres, que falha em coibir a ação de garimpeiros nas TIs; e seus colegas Damares Alves, que segundo representantes indígenas tentou boicotar o combate à pandemia nas aldeias; Tereza Cristina Dias, que defende expansão do agronegócio sobre as TIs; e Tarcísio de Freitas, cujo principal projeto, o ferrogrão, é alvo de contestações na justiça exatamente por ter ignorado a consulta obrigatória aos indígenas. Você conhece? Muita gente nem imagina, mas é possível recuperar um rio destruído. Um exemplo é o trabalho do Povo Indígena Potiguara, da Paraíba. Eles fazem a recuperação dos rios do seu território, na região da Baía da Traição, retirando resíduos e plantas aquáticas que assoreiam o leito do rio, ao mesmo tempo que recompõem a mata ciliar. O professor de geografia Vinicius Machado fez um fio com detalhes deste projeto, que busca viabilizar a retomada da atividade pesqueira no local. A região é uma das mais impactadas na Paraíba pelo avanço do mar, que pode comprometer mananciais desprotegidos no futuro. |