O que mais intrigou na derrota, vexame, papelão, surpresa, seja lá o que for, na eliminação do Flamengo para o "poderoso" time saudita do Al Hilal, não foram as substituições de Arrascaeta e Éverton Ribeiro, as más atuações da maioria dos que entraram em campo com a malha rubro-negra e nem os possíveis (não acho) erros do soprador de apito romeno Istvan Kovacs. Tampouco a tática usada pelo técnico argentino Ramón Diaz (foi um baita atacante) que, orgulhosamente, diz que o seu time não deu espaço ao Flamengo e assim conquistou a histórica vitória. O que mais me chamou a atenção foi o técnico português ao anotar algo em um caderninho, ou pedaço de papel, sei lá, durante o segundo tempo, quando a vaca já estava a caminho para o brejo fazia tempo. O que ele teria escrito? Os memes não perdoaram e editaram imagens dele escrevendo para a famosíssima sogra, a personagem de destaque na trágica e vergonhosa desculpa esfarrapada usada por ele para largar o Corinthians e cair nos braços do Rubro-negro. "Já estou chegando", teria dito ele para a senhora. Se ainda fosse no primeiro tempo, seria compreensível. Serviria para tentar corrigir alguns erros com as anotações feitas no caderninho. Mas não! Estava no segundo tempo. Vá entender o gajo! Não é de hoje que alguns técnicos lançam mão dos bilhetinhos ou anotações. Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, um dos maiores de todos os tempos no futebol brasileiro, não se cansava de enviar bilhetes aos "Menudos do Morumbi" ( Silas, Muller, Sidney) e obtinha muito sucesso. Rogério Ceni usou algumas vezes. O mais conhecido de todos é o colombiano Juan Carlos Osório, que utiliza canetas coloridas, mas não deixou saudades no Tricolor são-paulino. Famoso mesmo por usar bilhetinhos para se comunicar foi Jânio Quadros, o histriônico professor e Presidente da República por alguns meses. Ele achava que enviar mensagens aos subordinados dava uma sensação de eficiência administrativa. Voltando ao VP e suas anotações, proponho que ele, se as guardou, exija um sigilo de 100 anos, seguindo triste exemplo do genocida fujão, ou então as envie para o Museu das Coisas Banais, da Universidade Federal de Pelotas, que é guardião de objetos. O que os objetos, estes companheiros silenciosos, nos dizem? O que eles podem dizer sobre nós mesmos? Os objetos que guardamos, como uma porta de acesso a nossas lembranças, podem ser banais? Afinal, o que é banal? Banal é aquilo que não tem valor? Se ele não fizer nem uma coisa nem outra, que Vítor Manuel de Oliveira Lopes Pereira, também conhecido como Vítor Pereira ou Vítor Tá, passe a anotar e escrever menos e olhar mais para o campo. Que vibre mais! Quem sabe assim não consegue dar a volta por cima? Caso contrário, quem já já vai receber um bilhetinho é ele. Azul, de preferência. PUBLICIDADE | | |