A história de Margarida Bonetti alcançou repercussão nacional após ser a personagem principal do podcast "A Mulher da Casa Abandonada", produzido pela Folha de S. Paulo e apresentado por Chico Felitti. O pano de fundo de tudo? Um crime conhecido no Brasil: o trabalho análogo à escravidão. A "mulher abandonada", como ela ficou conhecida, fez parte da lista de procurados pelo FBI, e fugiu dos EUA para o Brasil após ser acusada de ter mantido uma mulher em condições análogas à escravidão entre o fim da década de 1970 e começo dos anos 2000. Pela lei, seguindo o princípio de territorialidade, Bonetti não pode ser punida no Brasil, já que o crime ocorreu nos EUA. Mas o que ocorre para quem comete o crime no Brasil? No país, a condição análoga à escravidão é considerada crime pelo Código Penal desde 2003. "Sujeitar alguém à condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou à jornada exaustiva, quer sujeitando-o à condições degradantes de trabalho ou até mesmo restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto, tem como pena de reclusão (prisão) de 2 a 8 anos, além do pagamento de multa" Jonathas Cruz, advogado de causas trabalhistas Segundo o advogado, a pena também pode aumentar em até um terço caso o crime seja cometido contra crianças ou adolescentes ou por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. Margarida Bonetti escondeu-se por cerca de 20 anos e seu caso tem gerado alvoroços, seja nas redes sociais ou em frente à sua mansão no bairro de Higienópolis, em São Paulo. As revelações da sua vida e postura sobre questões raciais também nos trazem recordações sobre casos que ganharam repercussão no país de mulheres negras em situação análoga à escravidão como Madalena Gordiano e dona Yolanda. No ano passado, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, pouco mais de 1,9 mil trabalhadores foram resgatados em situação de escravidão contemporânea no Brasil. *** ALÉM DAS COTAS... Sem auxílio, estudantes cotistas responsáveis pelo sustento da família estão deixando as universidades para se dedicarem ao trabalho e arcar com as contas. Especialistas ouvidos pelo UOL avaliam que, além das vagas, os auxílios estudantis são cruciais para assegurar a permanência desses grupos nas universidades. *** HOMENAGEM NO GOOGLE... A cantora e compositora Jovelina Pérola Negra completaria 78 anos na quinta-feira (21). A data foi lembrada pelo Google, com ilustração da cantora com microfone nas mãos. Nascida no Rio de Janeiro, Jovelina revolucionou o samba com canções como "Sorriso Aberto" e "Bagaço da Laranja". *** PUBLICIDADE | | |