A estimativa é que as universidades federais não ofertaram 19,4% das vagas que deveriam ser destinadas às cotas raciais entre 2013 e 2019. O número, superior a 70 mil vagas, é quase a capacidade total do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Os dados são do relatório "Pesquisa sobre a Implementação da Política de Cotas Raciais nas Universidades Federais", realizado pela ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as) e pela DPU (Defensoria Pública da União). Segundo Delton Felipe, diretor da ABPN, um dos motivos deste cenário é o fato de haver resistência de alguns cursos e de instituições em implementar, em sua totalidade, a Lei de Cotas, que completou 10 anos em vigor em agosto deste ano. A lei destina 50% das vagas de cursos de graduação de universidades e institutos federais a estudantes de escola pública — dentro dessa reserva, fixa ainda uma cota para alunos pretos, pardos e indígenas em grau proporcional à população do estado. "Podemos até dizer que tivemos algumas estratégias administrativas para não implementação da lei como deveria. Isso faz com que a gente tenha essa diferença entre o que deveria e o que foi ofertado. E o 'gap' é maior ainda se analisar aquilo que deveria ser ofertado e aquelas vagas ocupadas de fato." Delton Felipe, diretor da ABPN Entre algumas conclusões do relatório, destaca-se a UFBA (Universidade Federal da Bahia), entidade que tem a maior diferença entre vagas ofertadas — 7,8 mil —, e projetadas pela ABPN e DPU — de 20,2 mil. A UFPR (Universidade Federal do Paraná) é a universidade que, proporcionalmente, menos ofertou vagas em relação ao total projetado — 1.129 vagas via cotas raciais, 16% do estimado pelo relatório. Entre as instituições que ofereceram mais vagas que a projeção está a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que ofereceu 5.310 vagas além do estimado. *** CORTE DE GASTOS... Estudantes relatam clima de insegurança e preocupação diante da falta de recursos nas universidades federais. A quilombola Naã Santos, 24, estudante de medicina da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), chegou a ficar três meses sem o auxílio permanência da universidade. "Fiz muitas dívidas para não largar o meu sonho", conta. *** VIOLÊNCIA POLICIAL... Um laudo realizado pela Polícia Federal concluiu que a morte de Genilvado de Jesus, em maio deste ano, ocorreu por um colapso no pulmão causado por gases tóxicos. Homem negro de 38 anos, Genivaldo morreu após passar por uma abordagem realizada por policiais rodoviários federais em Umbaúba, litoral de Sergipe. *** POP... Rihanna vai voltar aos palcos! A série de shows inclui uma apresentação no Super Bowl, a grande final da liga de futebol americano dos EUA. Splash lembra que a cantora já se recusou a cantar no evento em apoio a Colin Kaepernick, jogador que foi repreendido pela liga após se ajoelhar no início das partidas pedindo o fim da repressão policial no país. *** SAÚDE DA MULHER... A atriz Carol Protásio falou no programa "Jojo Nove e Meia" sobre os problemas que está enfrentando por causa da menopausa. Universa traz dicas de como tratar dos sintomas. *** PIONEIRA.... Carolina Iara (PSOL), eleita deputada estadual pela Bancada Feminista em São Paulo, será a primeira mulher intersexo a compor uma assembleia legislativa no Brasil. O termo intersexo se refere a pessoas que nascem com características sexuais que não se encaixam em categorias típicas do que é considerado feminino ou masculino. PUBLICIDADE | | |