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Franquia Pro Evolution Soccer parou no tempo

Especial para o UOL

16/07/2014 06h00

Poucos embates de concorrentes  podem ser comparados a este entre dois gigantes dos games: Fifa, da Electronic Arts, e PES (Pro Evolution Soccer), da Konami, travam há anos uma história de rivalidade e competição nos gramados virtuais. Se você é um “fanboy” de uma das franquias, não se estresse, pois aqui farei uma análise do que vivenciei na evolução dos dois games e tentarei ser o mais imparcial possível.

Sempre fui fanático por jogos de futebol. Desde o International Super Star Soccer, no Super Nintendo - do “mito” Allejo, com seus chutes indefensáveis em diagonal -, até os simuladores de hoje.

Quando ganhei meu PlayStation 1 entrei de cabeça na franquia Fifa (de 1998 até 2002). Joguei pela primeira vez o Winning Eleven em 2002 e mudei de lado sem pensar duas vezes, pois achava que o Fifa estava ficando automático demais.

As gerações mudaram, e quando o Playstation2 chegou a Konami continuava dominando o cenário.  Enquanto Fifa apostava somente em gráficos realistas, perdia muito em jogabilidade.  A partir daí, o PES substituiu o antigo WE, e a Konami sufocava sua rival com gráficos cada vez melhores, jogabilidade aprimorada e realismo beirando o auge - da época, obviamente.

Com a chegada da 3ª geração de consoles, PES continuava a frente de Fifa. Porém, com uma certa acomodação, a evolução já não era tão crescente.  Em 2010, após mais uma lavada de PES sobre Fifa, fui presenteado por um amigo com um Fifa 10, que considero o marco da grande virada da Electronic Arts.

Desde então, considero que a Konami simplesmente parou no tempo. Vem ano após ano tomando um banho da EA com jogos praticamente iguais, apenas com atualização de elencos. Nem mesmo o grande trunfo de PES que eram as exclusividades de algumas ligas parece surtir mais efeito. Fifa vem sendo infinitamente superior à sua concorrente.

Abaixo, faço um breve comparativo entre Fifa 14 e PES 14:

Jogabilidade

Em Fifa 14 o jogo melhorou muito, com movimentos realistas e muito mais “humanos”. Há quem diga que todo esse realismo custou uma cadência exagerada, deixando o jogo mais lento.

Em PES o jogo é mais fluido. Porém, mesmo com sua nova mecânica, o jogo parece ser extremamente robótico. Em relação à versão anterior, podemos dizer que deram uma lapidada em PES 13 e tentaram empurrar “goela abaixo” nos jogadores - o que revoltou parte da comunidade, gerando uma migração para a rival. Como muitos disseram este ano, PES 14 é um “PES fantasiado de Fifa”.

Visual

A EA vem trabalhando pesado neste quesito. Considerado uma das vantagens da concorrente Konami em edições anteriores, novos mecanismos de captura das faces dos jogadores e um visual mais clean do jogo tornaram Fifa um simulador do futebol real.

Em PES, não há como discutir que é seu ponto forte. As proporções e capturas dos jogadores licenciados são impecáveis, a atmosfera de jogo é mais colorida e no ponto certo, sem exageros.

Som

Fifa está anos-luz na frente neste quesito. Muito bem trabalhado tanto nos sons “in game” - como divididas, chutes -, quanto na atmosfera. A integração entre torcida e time ficou sensacional, dando muito mais emoção ao jogo. Muitos jogadores chegam a desligar a narração para curtirem apenas o som da torcida.

Por falar em narração, a quase inseparável dupla Tiago Leifert e Caio Ribeiro foi outra aposta da EA. A consagrada dupla não é unanimidade, mas agrada grande parte dos jogadores. Infelizmente, PES mantém o mesmo sistema há anos. Costumo dizer que os chutes têm exatamente o mesmo som, seja ele um leve toque ou um bicão. A narração de PES com Silvio Luiz e Mauro Betting é um pouco cansativa e sem sal. A dupla pouco entrosada também é um ponto negativo.

Modos de jogo

Fifa vem investindo pesado no seu rentável e viciante modo Ultimate Team, no qual os gamers montam equipes dos sonhos através de cartas (figurinhas virtuais). Existiram algumas variações nos últimos anos, como as temporadas online, e muitas melhorias no modo carreira. Já o PES continua batendo na tecla do maior número de times nacionais licenciados como principal vantagem, porém sem muita criatividade no quesito modos de jogo.

Conclusão

Minha conclusão é de que Fifa, hoje, é infinitamente superior a PES. O exagero de “realidade” que a EA vinha cometendo parece estar sendo contornado. Apesar de ser um simulador, ainda é um jogo em que quem joga deve ter o controle da situação sem interferências. Táticas, jogadas ensaiadas e esquemas de jogo tornaram-se parte fundamental, no ponto exato, neste que considero o melhor jogo de futebol de todos os tempos.

PES parou no tempo. Seus programadores parecem ter perdido a criatividade e tentaram “fifar” o jogo no intuito de salvar a franquia, que continua em queda livre.

A grande verdade é que não importa sua preferência, mas se tratando de simulador de futebol, Fifa dá um baile em PES, mesmo porque de simulador PES não tem nada.

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