Virgilio Neto (PSDB) e Marcelo Ramos (PR) disputarão o 2º turno em Manaus
Marcos Sergio Silva
Colaboração para o UOL
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Reprodução/Facebook
Candidato à reeleição, Artur Virgilio Neto (PSDB) enfrenta o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR)
A disputa pela Prefeitura de Manaus (AM) vai para o segundo turno. Com 95% dos votos apurados, às 19h20, o atual prefeito e candidato à reeleição, Artur Virgilio Neto (PSDB), 70, conseguiu 35,28% dos votos válidos e terá a companhia do candidato do PR, o ex-deputado estadual Marcelo Ramos, 43, na segunda fase da eleição. Ramos teve 24,81% dos votos.
Será a disputa de dois grandes grupos oligárquicos do Amazonas: Virgilio, principal nome tucano no Estado, tem o apoio do ex-governador Eduardo Braga (PMDB), que indicou o vice da chapa, Marcos Rotta. Já Ramos representa o grupo político do ex-prefeito Alfredo Nascimento (PR) e do ex-governador Omar Aziz (PSD) e do deputado federal Pauderney Avelino (DEM).
Virgilio liderou toda a corrida eleitoral, com índices superiores a 40% segundo as pesquisas, mas não obteve a maioria de votos necessária para impedir o segundo turno.
Impulsionado pelo apoio político dos caciques de PR, PSD e DEM, Ramos cavou um lugar na próxima rodada eletiva, depois de fracassar em 2014 na eleição para o governo do Amazonas, quando obteve 10,34% dos votos, ficando em terceiro lugar. Na época, Ramos era do PSB e apoiava Marina Silva para a Presidência.
Na eleição anterior para a prefeitura, em 2012, o tucano também passou por novo escrutínio. Na ocasião, bateu a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) com 65,5% dos votos válidos.
Com avaliação da administração com percentuais em torno de 40% de ótimo ou bom, Virgilio trouxe consigo o apoio do PMDB do presidente da República, Michel Temer, de quem é aliado histórico.
A união do tucano com o partido que controla o governo federal deu a vaga de vice-prefeito na chapa ao deputado federal Marcos Rotta, alinhado ao ex-governador Eduardo Braga, também peemedebista. A aliança com o PMDB, no entanto, afastou políticos tradicionais no Estado da candidatura, como Nascimento, Aziz e Avelino, que decidiram lançar Marcelo Ramos, filiado desde 2015 ao PR.
Segundo colocado na votação, Ramos acusou Virgilio de protagonizar a distribuição de panfletos apócrifos, associando a imagem do candidato do PR à do governador do Estado, José Melo (Pros).
Segundo pesquisa Ibope realizada de 10 a 15 de setembro, Melo tinha percentuais de ótimo e bom somados de 14%. Na mesma pesquisa, a aprovação de Virgilio era de 54%. O tucano negou relação com o suposto material falso de campanha. O Pros fez parte da coligação de Marcelo Ramos.
O resultado mantém a tradição das eleições em dois turnos para a Prefeitura de Manaus. Desde que a prática foi instituída, em 1992, nunca um candidato venceu a eleição já no primeiro escrutínio.
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, Manaus é a cidade mais populosa da Amazônia e da região Norte. Tem o quinto pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre as capitais brasileiras. O vencedor terá sob seu controle um orçamento previsto de R$ 4,66 bilhões para 2017.
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