O que Doria vai manter e o que vai mudar da gestão Haddad em São Paulo

Do UOL, em São Paulo

  • Lucas Lima/UOL

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vitorioso já no primeiro turno, fez uma campanha com promessas de manutenção e de mudanças de políticas de Fernando Haddad (PT), o atual prefeito. Confira abaixo o que ele promete manter e o que ele fala em mudar.

Cinco coisas que devem ser mantidas

Organizações sociais em creches e em unidades de saúde

A gestão Haddad fez convênios com organizações sociais para ampliar a oferta de vagas em creches, na área da Educação, e também em unidades de saúde. O tucano manterá esse tipo de parceria. Ele promete criar agências reguladoras para acompanhar os convênios.

Regulamentação do Uber

Doria manterá a regulamentação do aplicativo Uber em São Paulo. "Essa foi uma boa iniciativa da gestão Haddad", afirmou em entrevista à "Band" nesta segunda-feira (3). O prefeito eleito se disse preocupado, porém, com a situação dos taxistas. "O que é preciso é estabelecer registros mais claros e limites", acrescentou.

Velocidade máxima para veículos

O tucano promete manter a grande maioria das medidas da gestão Haddad de redução da velocidade máxima nas vias da cidade. Avenidas como, por exemplo, a Rebouças e a Radial Leste continuarão com limite máximo permitido de 50 km/h.

Radares de trânsito

O prefeito eleito disse durante a campanha que São Paulo tinha uma "indústria da multa", mas reiterou que não vai retirar nenhum dos radares instalados na cidade para detectar infrações dos motoristas e motociclistas. Doria promete impedir que guardas civis apliquem multas com os radares-pistola nas marginas Tietê e Pinheiros, mas esta é uma medida já suspensa por Haddad.

Avenida Paulista fechada para veículos aos domingos

Também será mantida a iniciativa de fechar a avenida Paulista e outras vias para veículos aos domingos. A gestão Haddad tomou essa medida em 2015 para criar espaços de lazer. Doria promete incentivar apresentações artísticas na Paulista e ampliar o número de vias fechadas para carros aos domingos.

Doria manterá Paulista aberta a pedestres aos domingos e poderá remover ciclovias

Seis coisas que devem mudar

Atendimento na Saúde

João Doria disse que o atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) será ampliado na cidade de São Paulo. Os pacientes poderão ser atendidos à noite e de madrugada. Para isso, o tucano promete firmar parcerias com hospitais privados no programa batizado de "Corujão da Saúde".

Corredores de ônibus

O prefeito eleito promete aperfeiçoar os corredores de ônibus da cidade, instalando o sistema conhecido como BRT (Bus Rapid Transit). Nesse modelo, a função de cobrador de ônibus dentro do veículo é extinta. Os passageiros pagam a tarifa antes de entrar no ônibus ao passar por catracas instaladas nas paradas. Doria disse que os cobradores não serão demitidos, mas realocados em outras funções.

Velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros

O tucano promete revogar, logo no início de seu governo, os limites de velocidade estabelecidos pela administração Haddad nas marginais do Tietê e do Pinheiros. Nas pistas locais, a velocidade máxima permitida subirá de 50 km/h para 70 km/h. Nas pistas expressas, o limite passará de 70 km/h para 90 km/h.

Ciclovias

O prefeito eleito deve manter boa parte das ciclovias criadas na gestão Fernando Haddad, mas promete conceder a administração delas à iniciativa privada. Doria também declarou que algumas ciclovias serão removidas. "Onde não há ciclistas não há razão para ter ciclovias", afirmou na entrevista à "Band".

Subprefeituras

O tucano promete transformar as 32 subprefeituras da cidade em prefeituras regionais, com orçamentos próprios e gestores indicados. Ele também diz que irá descentralizar a Secretaria de Infraestrutura e Obras e distribuir a função para as prefeituras regionais.

Autódromo de Interlagos e cemitérios

O prefeito eleito promete privatizar a administração do autódromo de Interlagos, proposta criticada pelo prefeito Fernando Haddad. Doria também falou em ceder à iniciativa privada a administração dos cemitérios municipais, medida que não foi defendida pela gestão atual. As propostas de ceder o Anhembi e o estádio do Pacaembu à iniciativa privada já eram estudadas pela gestão petista.

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