Em programa na TV, Doria não descarta ser candidato a governador em 2018
Do UOL, em São Paulo
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Eduardo Knapp/Folhapress
João Doria (PSDB) comemora a vitória no primeiro turno das eleições
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria Júnior (PSDB), desconversou ao ser questionado insistentemente pelo jornalista José Luiz Datena se ele seria candidato ao governo de São Paulo em 2018.
O tucano concedeu entrevista a Datena no final da tarde desta terça-feira (4), durante o programa "Brasil Urgente", da Rede Bandeirantes. Ele repetiu ser contra a reeleição. "Fui eleito para ser prefeito e minha meta é cumprir o meu mandato de quatro anos", afirmou, mas evitou negar a possibilidade de vir a ser o candidato do PSDB ao governo estadual nas eleições de 2018. Datena fechou a entrevista, destacando que ele "não negou" a possibilidade.
Durante a entrevista, Doria afirmou que será enfático no combate aos chamados "pancadões", reafirmou a maioria de suas promessas de campanha, abordando a concessão de parques, como o Ibirapuera, e do Pacaembu à iniciativa privada, além da privatização do Anhembi e de Interlagos. Falou que vai alterar a velocidade das marginais, reduzida durante a gestão de Fernando Haddad (PT), e que pretende zerar o déficit de pessoas que aguardam para fazer exames médicos na rede municipal de saúde, bem como o número de crianças fora das creches.
Sobre a transição da gestão Haddad para a sua, ele afirmou que a primeira reunião com o petista será realizada nesta sexta-feira (7). "Ele vai comandar esse processo. O que tivemos durante a eleição foi uma disputa ideológica, mas ele é uma boa pessoa, sempre tive uma boa relação com ele, ele quer passar a história dele como prefeito e passar o seu mandato de maneira positiva", disse.
Novato em eleições, Doria foi eleito prefeito de São Paulo já no primeiro turno das eleições municipais, com 53,3% dos votos válidos (3.085.187 votos), contra 16,7% de Fernando Haddad (PT), que recebeu 967.190 votos válidos. Definindo-se como não político, ele foi o primeiro a vencer a corrida paulistana sem disputar o segundo turno, desde a redemocratização.
No final da entrevista, Doria disse se espelhar no magnata norte-americano, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, afirmando que doará todos os seus salários ao terceiro setor. "Bloomberg recebia um dólar de salário. Os meus 48 salários, que terei o final do mandato, irão para 48 entidades beneficentes", disse.
Tolerância zero para "pancadões"
O prefeito eleito afirmou que os bailes funks que acontecem no meio da rua, geralmente na periferia da cidade, conhecidos como "pancadões", não serão tolerados durante a sua gestão.
Segundo Doria, eles não correspondem a uma atividade cultural, ao contrário, servem para aliciar jovens para o tráfico de drogas e para a prostituição. "Eles vão deixar de existir, vamos fazer respeitar a Lei do Psiu e dar espaços de lazer para os jovens. Esses pancadões só acontecem porque falta lazer. Mas vamos ter espaço para música nas ruas, como forró, samba, sertanejo", disse.
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