Jair Bolsonaro diz que vai votar em Crivella no segundo turno do Rio

Do UOL, em São Paulo*

  • Myke Sena - 21.jun.2016/Framephoto/Estadão Conteúdo

    O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ)

    O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ)

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse nesta terça (4) que vai votar em Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno da disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que conta também com Marcelo Freixo (PSOL). O parlamentar é pai e um dos principais cabos eleitorais de Flávio Bolsonaro (PSC), quarto colocado na eleição carioca, com 14% dos votos válidos.

O voto de Bolsonaro --deputado federal com maior número de votos no Estado do Rio em 2014--  foi confirmado por sua assessoria de imprensa. No entanto, o deputado não vai fazer campanha para o candidato do PRB. No primeiro turno, realizado domingo (2), Crivella teve 27,78% dos votos válidos, contra 18,26% de Freixo

As conversas entre partidos sobre o segundo turno do Rio continuam intensas, mas a indefinição da posição de várias legendas persiste. Até o momento, só Marcelo Freixo tem apoios definidos: Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (Rede) já haviam endossado o candidato do PSOL ainda no domingo, pouco depois da confirmação de quem iria para o segundo turno. O candidato do PSOL afirmou ainda que está negociando a parceria de forças do "campo progressista" para fortalecer a sua candidatura no segundo turno da eleição municipal.

O psolista afirmou que o possível apoio de políticos de direita não representaria constrangimento em relação à sua militância. "Se alguém olhar o nosso projeto e quiser apoiar porque entendeu que é melhor do que o do Crivella, a gente está aberto ao apoio. Isso não é aliança. Não é troca de cargo, tem que deixar claro isso", disse. "Se ele quiser apoiar, não posso impedi-los de apoiar. Apoio é apoio, apoio é livre."

Na segunda (4), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, anunciou apoio a Freixo, mas o partido --que teve Hugo Leal como vice na chapa de Indio da Costa-- ainda não fechou posição sobre a eleição no Rio.

O PSD, que concorreu com Indio da Costa, não deve anunciar uma decisão hoje. O partido já foi procurado por Crivella --que está em Brasília negociando alianças-- e dificilmente apoiará Freixo, já que está do lado oposto ao PSOL no espectro político-partidário. Além disso, o PSOL foi contra o impeachment de Dilma Rousseff --o PSD é aliado do presidente Michel Temer.

PSDB não vai apoiar nem Crivella, nem Freixo 

Outro partido procurado por Crivella foi o PSDB, que concorreu com Carlos Osorio. Mais cedo hoje, o candidato já havia mencionado a possibilidade de a legenda ficar neutra. Em Brasília, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB, confirmou que os tucanos não vão apoiar nem Crivella, nem Freixo. 

Segundo Aécio, o candidato do PSOL representa "a negação daquilo que o PSDB acredita", citando o fato de ele defender que o impeachment de Dilma Rousseff foi um "golpe". Sobre Crivella, o senador afirmou que "não há identidade" entre a candidatura de Osorio com o nome apresentado pelo PRB.

Pedro Paulo (PMDB), terceiro colocado no primeiro turno, com 16,12% dos votos válidos, disse ver "extrema incompatibilidade" com as candidaturas que foram para o segundo turno. Ao mesmo tempo, tanto Crivella quanto Freixo já declararam que não vão buscar apoio do candidato, mas o senador do PRB admite que deve procurar vereadores do PMDB. O partido deve se reunir nesta semana para definir um posicionamento.

*Colaborou Hanrrikson de Andrade, no Rio

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