Longe de maioria, Crivella e Freixo terão que buscar alianças na Câmara

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • Thiago Ribeiro/FramePhoto/Agência O Globo/Reprodução/TV Globo

    Marcello Crivella (PRB, à esquerda na imagem) e Marcelo Freixo (PSOL)

    Marcello Crivella (PRB, à esquerda na imagem) e Marcelo Freixo (PSOL)

Adversários no segundo turno para a Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) deverão ter um problema em comum, seja quem for o eleito: formar uma base de apoio na Câmara dos Vereadores, que tem 51 cadeiras

No domingo (2), a chapa PSOL-PCB elegeu seis vereadores, todos do PSOL. Já o PRB, que não fez coligação na disputa pela Câmara, conseguiu três cadeiras. Dos aliados de Crivella na votação para prefeito, PTN e PR, só o primeiro conquistou uma vaga no Legislativo carioca. Apesar da perda de oito postos, a maior bancada continuará sendo a do PMDB, com dez parlamentares.

"Acredito que não teremos problemas na conversa, sempre no campo institucional, com os vereadores em busca de uma maioria parlamentar. Se formos eleitos, vamos tentar montar uma base ampla, sem barganha, que permita aprovar nossas propostas", disse Crivella, por e-mail. 

Procurada por telefone, e-mail e Whatsapp ao longo da tarde desta terça (4), a campanha de Freixo não havia comentado o assunto até o horário da publicação deste texto.

Júlio César Guimarães/Uol
Plenário da Câmara dos Vereadores, com vagas para 51 parlamentares

Apoios definirão cenário

Para Carlos Ranulfo, professor de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), tanto Crivella quanto Freixo terão que negociar muito para formar uma base, mas o panorama, em tese, favorece o candidato do PRB.

"Muito provavelmente o Crivella está mais próximo que o Freixo do que pensa o vereador mediano", disse, lembrando que o candidato do PSOL está à esquerda do PT. "A Câmara é muito mais conservadora que o Freixo."

Um possível indicativo das bancadas que podem se formar está nos apoios obtidos pelos candidatos para o segundo turno. Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (Rede) endossam o candidato do PSOL. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, anunciou apoio a Freixo, mas o partido --que teve Hugo Leal como vice na chapa de Indio da Costa-- ainda não fechou posição sobre a eleição no Rio.

PSB e Rede não conseguiram eleger vereadores. O PCdoB fez chapa com o PT, que terá dois parlamentares.

Flávio Bolsonaro, candidato do PSC, já anunciou que não vai apoiar Freixo, mas seu partido ainda não decidiu se vai ficar com Crivella --seu pai, Jair Bolsonaro, no entanto, afirmou que votará no senador do PRB. O PSC terá três vereadores.

O PSD, que concorreu com Indio da Costa, ainda não anunciou se vai apoiar alguém no segundo turno, e o PSDB, de Carlos Osorio, afirmou que não apoiará nenhum dos dois candidatos. Os dois partidos foram procurados por Crivella. O PSD elegeu dois vereadores e o PSDB, três.

Já o PMDB, dono da maior bancada, falou em "incompatibilidade" com Crivella e Freixo, mas o senador do PRB admite que deve procurar vereadores peemedebistas.

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