Alckmin visita Mauá para apoiar candidato do PSB e 'apagar' incêndio
Marcos Sergio Silva
Colaboração para o UOL, em Mauá (SP)
-
Robson Fonseca
O governador Geraldo Alckmin (esq.) posa, em Mauá, ao lado de Atila Jacomussi (centro) e do vie-governador Márcio França
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), participou nesta terça-feira (25) de evento em Mauá, na Grande São Paulo, em apoio ao candidato do PSB à prefeitura da cidade, Átila Jacomussi. A presença aconteceu duas semanas depois do "incêndio" causado pelo candidato tucano derrotado no primeiro turno, Clóvis Volpi, que declarou apoio ao atual prefeito, o petista Donisete Braga, desrespeitado orientação do Diretório Estadual do PSDB.
Volpi ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 20,23%. Ex-prefeito da vizinha Ribeirão Pires, o político, que deixou no ano passado o PTB para se candidatar pelo PSDB em Mauá, justificou a decisão dizendo que não era uma decisão do partido, mas pessoal. "Continuo contra o PT, mas apoio Donisete Braga", disse, em vídeo postado em sua página pessoal no Facebook. A decisão provocou a expulsão sumária de Volpi do partido.
Foi a primeira cidade visitada pelo tucano no ABC no segundo turno, embora o partido tenha candidatos na fase final das eleições em São Bernardo do Campo e Santo André. "Eu vim para gravar os programas de rádio e TV [dos candidatos", desconversou o governador. "Pretendo visitar Santo André e São Bernardo do Campo até domingo. Desde o início, já tinha admiração pelo Átila. Independente da postura de A, B ou C, já havíamos decidido apoiá-lo", disse, ao ser questionado pelo UOL sobre o posicionamento do ex-candidato tucano em Mauá.
"Olha, era algo meio improvável alguém do PSDB declarar apoio ao PT", disse o vice-governador Márcio França (PSB). "Foi meio chocante. Pode ser que ele próprio [Alckmin] tenha se sentido impelido a passar pela cidade." Átila Jacomussi, no entanto, desconsiderou a decisão do ex-tucano. "O PSDB sempre foi 40 [referência ao número do PSB]. É 45 menos 5."
A campanha de Jacomussi segue a linha antipetista, com ataques frequentes à atuação do PT na região, berço histórico do partido. Durante o evento, vereadores de cidades vizinhas, como Ribeirão Pires, Santo André e São Caetano do Sul, repetiam que o objetivo único era tirar o PT das administrações das cidades do ABC. "O único objetivo é tirar o PT do poder", disse o vice-prefeito eleito de São Caetano do Sul, Beto Vidoski (PSDB), presente no ato.
Jacomussi é apoiado pela família Damo, tradicional na cidade. A mulher do ex-prefeito Leonel Damo, Alaíde, é candidata a vice, depois de seu genro, Junior Orosco, ter a candidatura indeferida devido a uma doação ilegal a sua mulher, a ex-deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).
Vanessa, filha de Leonel e Alaíde, por sua vez, teve o mandato como deputada cassado em março pelo TRE-SP por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação. Ela foi indicada recentemente pelo presidente Michel Temer para a superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Estado, mas foi afastada por decisão judicial – seus direitos políticos, suspensos até 2020, a impedem de assumir cargos públicos. Ela se defende, dizendo que a "decisão da Justiça Eleitoral é em relação ao direitos de candidata, não eleitoral".
Veja também
- PSDB determina expulsão de filiado que apoia candidato do PT à prefeitura de Mauá
- Alckmin nacionaliza agenda e articula 'bancada'
-
- São Paulo arrecadou R$ 1 bilhão a menos que o previsto, diz Alckmin
- Alckmin nacionaliza agenda e articula 'bancada'
- De olho no Planalto, aliados defendem que Alckmin assuma presidência do PSDB em 2017
- Alckmin investe sobre reduto do PT em São Paulo