Com Alckmin, Átila Jacomussi (PSB) barra reeleição petista e vence em Mauá

Marcos Sergio Silva

Colaboração para o UOL

  • Robson Fonseca

    Geraldo Alckmin (esq.) posa, em Mauá, ao lado de Atila Jacomussi (centro) e do vice-governador Márcio França

    Geraldo Alckmin (esq.) posa, em Mauá, ao lado de Atila Jacomussi (centro) e do vice-governador Márcio França

O deputado estadual Átila Jacomussi (PSB) foi eleito neste domingo (30) prefeito de Mauá (SP), quebrando uma hegemonia de 12 anos do PT na cidade. Ele venceu o candidato petista e atual prefeito Donisete Braga. Com 100% das urnas apuradas, o candidato do PSB teve 64,5% dos votos válidos, enquanto que Braga conseguiu 35,5%.

Jacomussi, 41, foi o primeiro candidato da região do ABC a receber a visita do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em um evento de campanha de segundo turno, mesmo com tucanos na reta final em Santo André e São Bernardo. A presença foi considerada uma forma de apagar o incêndio causado pelo candidato do PSDB na cidade, Clovis Volpi, que declarou voto no petista antes de ser expulso do partido pela Executiva Estadual tucana.

Deputado estadual eleito pelo PCdoB em 2014, Jacomussi trocou de partido no último ano. Antes de ser eleito para a Assembleia, cumpriu dois mandatos de vereador em Mauá e foi candidato derrotado à prefeitura do município em 2012. Ocupou cargos na Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) e na UNE (União Nacional dos Estudantes). Mesmo alinhado ao PT durante sua trajetória, assumiu discurso antipetista durante a campanha.

A coligação vencedora teve 11 partidos: PSB, PMDB, PSL, DEM, PC do B, PRP, Solidariedade, PR, PRTB e PSDC – não houve propaganda eleitoral gratuita na cidade.

Jacomussi é apoiado pela família Damo, tradicional na cidade. A mulher do ex-prefeito Leonel Damo, Alaíde, foi eleita vice-prefeita na chapa, depois de seu genro, Junior Orosco, ter a candidatura indeferida devido a uma doação ilegal à sua mulher, a ex-deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).

Vanessa foi cassada em março pelo TRE-SP por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação. Indicada pelo presidente Michel Temer para a superintendência do Ibama no Estado, foi afastada por decisão judicial – seus direitos políticos, suspensos até 2020, a impedem de assumir cargos públicos. Ela se defende, dizendo que "a decisão da Justiça é em relação aos direitos de candidata, mas não como eleitora".

Jacomussi vai governar uma cidade de cerca de 450 mil habitantes, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,766, segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento), o terceiro pior das sete cidades da região do ABC, ficando à frente apenas de Diadema e Rio Grande da Serra. O PIB da cidade é de R$ 10,2 bilhões.

Saúde, educação, segurança... É tudo culpa do prefeito?

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