Com vitória em Macapá, Rede conquista apenas uma capital em sua 1ª eleição
Do UOL, em São Paulo
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Roberto Jayme/UOL
Em 2013, Heloísa Helena (esq.) estava ao lado de Marina Silva no lançamento da Rede
Em sua primeira disputa eleitoral, após um ano de criação, o Rede Sustentabilidade obteve vitória em uma capital do país. O partido é liderado pela ex-ministra e ex-senadora Marina Silva.
Filiado à Rede em março, o prefeito de Macapá, Clécio Luis (Rede), 44, foi reeleito neste domingo (30). Com 44,59% dos votos, ele derrotou no segundo turno o ex-senador Gilvam Borges (PMDB), que teve 26,37%.
Geógrafo e ex-policial civil, Clécio Luis passou pelo PT, em seu primeiro mandato como vereador, e pelo PSOL, quando assumiu o segundo mandato. Pelo PSOL, também venceu as eleições para prefeito em 2012, mas abandonou a sigla no final de 2015 e ingressou na Rede Sustentabilidade em março deste ano.
Mais seis prefeituras
Ainda no segundo turno, a Rede venceu a disputa pela Prefeitura de Serra (ES), onde o prefeito Audifax Barcelos (ex-PSB) foi reeleito. Na cidade de Ponta Grossa (PR), o vice-líder da bancada da Rede na Câmara dos Deputados, Aliel Machado, perdeu para Marcelo Rangel (PPS).
No primeiro turno, o partido de Marina Silva havia vencido em Lençóis Paulista (SP) e Cabo Frio (RJ), e nos municípios baianos de Brejões, Livramento de Nossa Senhora e Seabra.
Debandada em massa
No dia seguinte ao primeiro turno das eleições municipais, um grupo de intelectuais, entre eles o antropólogo Luiz Eduardo Soares, divulgou a "Carta aberta aos membros da Rede", em que anunciava sua desfiliação da Rede Sustentabilidade.
Para o grupo, do qual também fazem parte Miriam Krenzinger, Marcos Rolim, Liszt Vieira, Tite Borges, Carla Rodrigues Duarte e Sonia Bernardes, "a Rede tem se estruturado sobre um vazio de posicionamentos políticos".
Eles dizem ter creditado inicialmente essas ausências à possível inexperiência ou falta de estrutura partidária, mas afirmam que a experiência que tiveram foi demonstrando que o "deserto de definições a respeito de temas centrais nas disputas políticas contemporâneas não era um subproduto".