Em seu segundo programa eleitoral para presidente, veiculado na TV nesta terça-feira (4), o PT incluiu o nome do ex-ministro Fernando Haddad na letra da música da campanha do partido. Hoje vice na chapa petista, Haddad deve assumir a candidatura depois que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de entrar na disputa.

A nova versão veio depois que o TSE vetou a candidatura de Lula e impediu referências ao ex-presidente como candidato nos programas eleitorais de rádio e TV.

A letra modificada traz o verso "Lula é Haddad, é o povo" encerrando o refrão da música, em vez de "É Lula nos braços do povo". Outra alteração foi no verso "chama que o homem dá jeito", que passou para "chama que o 13 dá jeito", em alusão ao número do PT na urna.

O PT anunciou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para contestar o veto à candidatura de Lula, que foi barrada no último sábado (1º) pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa.

Na manhã desta terça, a legenda entrou com recurso na Corte eleitoral contra decisão do ministro Sérgio Banhos, que acatou pedido do partido Novo segundo o qual inserções do PT no rádio tinham o objetivo de "fazer o eleitor acreditar que Lula segue na campanha". Banhos determinou que o PT deve pagar multa de R$ 500 mil se houver novas ocorrências do tipo.

Em outra decisão, o ministro Carlos Horbach determinou que a coligação formada por PT, PCdoB e Pros pare de veicular o programa transmitido na TV no sábado (1º), que fez referência à candidatura de Lula, também sob pena de multa. O pedido neste caso também foi feito pelo Novo.

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PT tem até dia 11 para substituição

Haddad tem rodado o Brasil em campanha para se fazer conhecido como representante de Lula e compartilhado o tempo dos programas eleitorais do PT com o ex-presidente -- que pode aparecer como apoiador em até 25% do tempo. Além de aparecer no jingle petista, o ex-ministro também ganhou destaque no logotipo da campanha.

A coligação do PT tem até o dia 11 para registrar um novo candidato a presidente. Não há consenso no partido sobre o momento de anunciar a troca de Lula por Haddad, ou mesmo sobre aguardar o julgamento de recursos sob o risco de não ter tempo para inscrever o ex-ministro como candidato.

Hoje, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), indicou que o partido não deve ficar sem candidato.

Outra preocupação do PT é ter tempo para fazer a transferência de votos de Lula para Haddad, ainda desconhecido de boa parte do eleitorado.

Enquanto Lula foi o líder do último Datafolha, do dia 22, com 39% das intenções de voto, Haddad teve 4% no cenário em que foi apresentado como candidato do PT.

Segundo a mesma pesquisa Datafolha, Haddad ainda era desconhecido de 41% do eleitorado naquela altura de agosto, pouco depois do início oficial da campanha eleitoral. No Nordeste, principal reduto eleitoral petista, esse número chegava a 51%.