De mísseis a dúvida sobre carro aberto: veja 6 pontos da posse de Bolsonaro
Do UOL, em São Paulo
30/12/2018 04h00
Por algumas curiosidades e pelo esquema de segurança extremamente rigoroso, a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), será singular. A presença tanto de líderes conservadores, como os primeiros-ministros Viktor Orbán (Hungria) e Benjamin Netanyahu (Israel), quanto de referências sul-americanas, como o presidente boliviano Evo Morales, será só um dos ingredientes.
Entre os milhares de policiais militares escalados para trabalhar na posse e os mísseis antiaéreos colocados à disposição pelas Forças Armadas, o UOL listou seis pontos da posse de Jair Bolsonaro, que acontecerá no próximo dia 1º em Brasília.
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Terrorismo e carro aberto
A Polícia Federal revelou estar investigando uma ameaça de ataque terrorista durante a posse de Jair Bolsonaro. A autoria seria de um grupo radical que reivindicou ter colocado uma bomba em uma igreja em Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal, na madrugada de Natal, no dia 25 - o artefato explosivo foi desarmado pela Polícia Militar. No site do grupo autodenominado antipolítico e terrorista, há um texto considerado pela Polícia Civil como ameaça ao presidente eleito. "Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça", diz o trecho do texto. A Polícia Federal, no entanto, informou que a posse correrá normalmente, independentemente das ameaças. Uma das questões mais delicadas e que está diretamente atrelada à segurança da posse é o desfile em carro aberto - ainda não confirmado por Bolsonaro, que deve decidir sobre o assunto em cima da hora.
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Mísseis antiaéreos
A segurança não será reforçada só em terra. A Força Aérea Brasileira (FAB) já afirmou que estará com aeronaves e mísseis antiaéreos para coibir qualquer ameaça. A logística montada segue a dos grandes eventos que o Brasil sediou nos últimos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, onde o espaço aéreo será restrito. O presidente Michel Temer ainda assinou um decreto em que autoriza as Forças Armadas a abaterem aeronaves "suspeitas ou hostis, que possam apresentar ameaça à segurança", no dia da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro. O texto leva em conta todo o espaço aéreo brasileiro, e não apenas a área em que haverá restrições de voo.
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Plano rígido de segurança
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e as Forças Armadas vão se unir no dia 1º para garantir a segurança da posse do presidente eleito. Cerca de 2,6 mil policiais militares, 36 agentes do Detran e outros 350 militares do Corpo de Bombeiros serão responsáveis pelas 500 mil pessoas que devem acompanhar a posse. Os interessados em comparecer ao evento terão de passar por vistorias e revistas em quatro pontos próximos à Rodoviária do Plano Piloto. Está vetada a entrada de objetos como fogos de artifício, objetos cortantes, drones, armas de fogo, produtos inflamáveis, animais de estimação, carrinhos de bebê e guarda-chuvas.
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140 convidados e 12 chefes de Estado
Jair Bolsonaro (PSL) tomará posse diante de uma lista extensa de convidados. A celebração será em quatro etapas, começando na Catedral de Brasília e terminando com um coquetel no Palácio do Itamaraty. 140 pessoas foram convidadas pelo presidente e pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em sua maioria familiares e funcionários do gabinete. A previsão é que cerca de duas mil pessoas, entre deputados, senadores, ex-parlamentares e os eleitos para o Legislativo em outubro, acompanhem a parte da cerimônia que será no Congresso Nacional. No Planalto, onde Temer passará a faixa presidencial para Bolsonaro, o número deve ser mais enxuto por conta do limite de 1,5 mil convidados para o espaço. A posse ainda vai contar com 12 chefes de Estado e de governo, incluindo os premiês conservadores Benjamin Netanyahu e Viktor Orbán, além de outras autoridades.
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Primeira vez de um chefe do governo de Israel no Brasil
Entre os líderes de Estado que comparecerão à posse de Bolsonaro, chama atenção a presença de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Pela primeira vez, nos 70 anos de existência do país, um chefe de governo do Estado judeu vem ao Brasil. O encontro entre o presidente eleito e o líder israelense acontece em meio à acusações de corrupção em Israel. No começo de dezembro, a polícia israelense denunciou o premiê pela terceira vez em sua gestão. As acusações citam recebimento de propina, fraude e quebra de decoro. Outro fator importante dessa visita são as relações econômicas entre os países. Bolsonaro já afirmou que pretende estreitar as negociações entre Brasil e Israel, principalmente na área da tecnologia de segurança, maior item de exportação israelense.
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Boicote da esquerda
O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) decidiram boicotar a cerimônia de posse de Bolsonaro. Em uma nota divulgada em seu site oficial, o PT afirmou que seus deputados e senadores não participarão da posse. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, endossou os petistas e afirmou que os representantes do partido também não estarão na posse. O texto divulgado pelo PT diz que o resultado obtido por meio das urnas é legítimo, mas "isso não impede [o PT] de denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad".