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Da Itália à Tailândia, veja a rota de fuga de políticos famosos

Do UOL, no Rio

26/11/2015 13h43

A oferta do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) de ajuda em uma possível fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró caso ele não fechasse o acordo de delação premiada oferecido pelos investigadores da Operação Lava Jato lembra outras fugas famosas de políticos que também tentaram escapar de condenações da Justiça ao usar os países do Mercosul (Mercado Comum do Sul) como uma ponte para a chegada à Europa.

Líder do governo no Senado, Amaral foi preso na manhã desta quarta-feira(25) acusado de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. De acordo com uma gravação feita por Bernardo, filho de Cerveró, e entregue à Justiça, o senador ofereceu uma "mesada" de pelo menos R$ 50 mil ao ex-diretor. Ele queria convencê-lo a fugir do país e até esboçou um plano.

Cerveró iria de avião até o Paraguai. De lá, embarcaria para Madri, na Espanha. Como tem cidadania espanhola, ele não teria dificuldade de entrar no país e lá estabelecer residência. O senador, segundo as investigações, sugere até o avião que deveria ser usado no percurso: um Falcon 50, que não precisaria pousar para reabastecer.

Confira abaixo três fugas marcantes de políticos brasileiros.

  • Imagem: Mastrangelo Reino/Estadão Conteúdo
    Imagem: Mastrangelo Reino/Estadão Conteúdo

    Henrique Pizzolato

    O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão. Logo após a decisão, em 2013, deixou o Brasil a partir de Dionísio Cerqueira (SC). Ele percorreu 1.300 quilômetros até Buenos Aires, onde pegou um voo para Barcelona. De lá, seguiu para a Itália. Na fuga, planejada desde 2007, usou documentos falsos em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. De acordo com a Polícia Federal, além do passaporte italiano com o nome de Celso, Pizzolato falsificou RG, CPF e título do eleitor do irmão. Ele acabou detido em uma operação da Interpol em 2014. Em outubro, foi extraditado e hoje cumpre pena em Brasília. Leia mais

  • Imagem: Marcelo Sayao/Efe
    Imagem: Marcelo Sayao/Efe

    Salvatore Cacciola

    Em 2000, o banqueiro Salvatore Cacciola, então dono do banco Marka, foi processado por suspeitas de irregularidades em transações com o Banco Central. Ainda em 2000, o Ministério Público pediu a prisão de Cacciola, que ficou detido preventivamente por 37 dias, até ser libertado graças a um habeas corpus. Após ser libertado, Cacciola, que tem cidadania italiana, seguiu de carro do Brasil para o Paraguai e de lá pegou um avião para a Argentina. Da Argentina ele foi à Itália, também de avião. Ele foi condenado à revelia a 13 anos de prisão em 2005 por gestão fraudulenta, corrupção e peculato. Em 2007, foi preso no principado de Mônaco, sendo extraditado em 2008. Leia mais

  • Imagem: Jorge Araújo/Folhapress
    Imagem: Jorge Araújo/Folhapress

    PC Farias

    Tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor, Paulo César Farias fez parte um esquema de corrupção envolvendo o governo. Em junho de 1993, após ter a prisão decretada, fugiu com o ex-sócio Jorge Bandeira. Saiu do interior de Pernambuco, a bordo de um avião pilotado por Bandeira, que fez escala no Paraguai até chegar a Buenos Aires. De lá, seguiu para Londres, onde foi localizado em outubro. Então fugiu para a Tailândia, de onde foi deportado em novembro. Em 1994, foi condenado a sete anos de prisão, recebendo a liberdade provisória em 1995. Em 1996, foi encontrado morto com um tiro no peito deitado na cama de sua casa, em Maceió (AL), ao lado de sua então namorada, Suzana Marcolino, também assassinada com um tiro. Leia mais

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