Ao lado de Dilma, Lula chora ao lado do caixão de José Alencar
Do UOL Notícias
Em Brasília e São Paulo
30/03/2011 21h09Atualizada em 30/03/2011 22h09
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estavam em Portugal, chegaram em Brasília por volta das 21h05 desta quarta-feira (30) para acompanhar o velório do ex-vice-presidente José Alencar, morto ontem, aos 79 anos, em São Paulo. Após a chegada, uma pequena missa foi realizada no Palácio do Planalto, onde acontece o funeral. O velório, aberto ao público desde o final da manhã, deve ser encerrado em breve.
Lula chorou na chegada e durante a missa, Dilma abraçou e conversou bastante com a viúva de Alencar, Mariza Gomes da Silva. O ex-presidente também beijou Alencar.
A segurança do Planalto informou que 6.800 pessoas passaram pelo funeral até por volta das 21h de hoje. A visitação pública chegou a ser interrompida para a chegada de Dilma e Lula, mas voltou a ser aberta para a cerimônia, que começou às 21h30.
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Diversas autoridades e curiosos foram ao velório nesta quarta-feira. Há quatro anos combatendo um câncer no intestino, doença que matou José Alencar, a aposentada Ezimar Vieira se emocionou e disse que Alencar soube enfrentar a doença sem se abater. "Ele foi um grande exemplo para muitas pessoas que têm câncer. Ele foi um grande herói, que me inspirou e me deu força."
Já a ex-servidora do Planalto Marlene Celestino de Araújo furou o bloqueio que separava o público do caixão do ex-vice-presidente e colocou um terço nas mãos dele. Depois, ela abraçou a viúva de Alencar, Mariza Gomes da Silva.
O corpo de Alencar está sendo velado desde o final da manhã no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Coroas de flores chegam a todo instante em homenagem ao vice.
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Velório e cremação em MG
O corpo de Alencar será velado também com portões abertos ao público a partir das 9h de quinta-feira (31), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, ex-sede do governo de Minas Gerais. A previsão é que o velório se estenda até às 13h.
A assessoria do ex-vice-presidente José Alencar confirmou que o corpo do político será cremado amanhã, às 14h, em Belo Horizonte.
Mineiro de Muriaé, na Zona da Mata mineira, José Alencar é uma figura ilustre no Estado e, por isso, o governo espera um grande número de admiradores para o último adeus na quinta-feira. Antes de se tornar vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, o político foi candidato derrotado ao governo estadual em 1994. Quatro anos depois, em 1998, elegeu-se senador por Minas com 2,9 milhões de votos.
De acordo com o cerimonial do governo de Minas, o corpo será transportado por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que parte de Brasília e pousará na base aérea da Pampulha às 7h30.
A BHTrans, empresa responsável pelo trânsito na capital mineira, reúne-se nesta terça-feira com representantes das Forças Armadas para definir detalhes sobre o deslocamento do cortejo até o Palácio da Liberdade, onde o corpo deve chegar por volta das 8h30.
Biografia
Filho de um pequeno comerciante de um vilarejo mineiro, José Alencar Gomes da Silva começou a trabalhar cedo e deixou a família quando tinha 14 anos para empregar-se numa loja na sede do município de Muriaé (MG).
Em 1947, atrás de um emprego melhor, mudou-se para Caratinga, cidade em que conheceu Mariza, com quem se casou. Aos 18 anos, foi emancipado pelo pai (na época, a maioridade civil ocorria aos 21 anos) e, com apoio financeiro de um irmão, abriu uma loja na cidade.
Hoje, a Coteminas S.A., controlada pela família de Alencar, é a maior empresa do setor têxtil do país e um dos mais importantes grupos econômicos do Brasil.
Alencar causou surpresa, à esquerda e à direita, ao aceitar a posição de vice na vitoriosa chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, na campanha de 2002. Quatros anos depois, foi reeleito vice-presidente.
Alencar lutava contra um câncer na região abdominal há 13 anos e chegou a fazer 17 cirurgias durante o tratamento contra a doença.
Linha do tempo
*Com informações da Agência Brasil