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Ao tomar posse no Esporte, Aldo Rebelo afirma que Orlando Silva foi "vítima"

Camila Campanerut<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

31/10/2011 15h49Atualizada em 31/10/2011 17h42

Em cerimônia no Palácio do Planalto, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tomou posse na tarde desta segunda-feira (31) e elogiou seu antecessor Orlando Silva (PCdoB-SP), afirmando que ele sempre defendeu a democracia e o país.

"Pude testemunhar como deputado a sua trajetória. Mais do que inocente, o senhor é vítima, talvez esta seja a palavra mais precisa", disse Rebelo a Silva. O ex-ministro saiu do cargo depois de denúncias de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos de convênios firmados com ONGs pela pasta.

“Aceito com humildade [o cargo], com consciência das minhas limitações, deste desafio que se torna mais leve e menor, exatamente pelo que foi construído e foi realizado até agora”, completou.

Rebelo defendeu o legado de Silva e citou que o programa Segundo Tempo --alvo dos supostos desvios no ministério-- foi elogiado internacionalmente e era uma tentativa de ampliar a pratica esportiva no país, já que a área foi deixada em segundo plano durante décadas, segundo ele.

Na cerimônia, Silva aproveitou para se defender novamente das acusações durante seu discurso. “Eu fico feliz de poder olhar nos olhos de cada um de vocês, da senhora, presidenta, e dizer: ‘eu sou inocente’”, afirmou, arrancando aplausos do público que acompanha a posse.

Silva lembrou de realizações do ministério e agradeceu à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao citar seu partido, o ex-ministro elogiou a postura do PCdoB e se disse confortável com os rumos que a presidente Dilma dá ao Brasil. Silva também elogiou Aldo Rebelo e afirmou se orgulhar do colega. O ex-ministro citou ainda sua família e disse que ela foi sua fortaleza "durante o tsunami que enfrentou".

Aldo Rebelo toma posse com a incumbência de deixar o país pronto para receber eventos esportivos de projeção internacional, como a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Em entrevista concedida na semana passada, Rebelo já anunciou que pretende suspender os convênios com ONGs e reforçar a fiscalização e acompanhar o andamento dos acordos em vigor. Em decreto publicado hoje, Dilma anunciou a suspensão por um mês de todos os repasses de verbas a ONGs realizados pelo governo.

Silva é o sexto ministro a cair em dez meses de governo Dilma. Antes dele, já saíram Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo). Todos com exceção de Jobim, que criticou diversas vezes publicamente o governo, deixaram o cargo após acusações de corrupção.