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Roberto Jefferson passará por cirurgia; médico diz que ainda não se sabe se tumor é benigno ou maligno

O ex-deputado federal Roberto Jefferson foi o delator do mensalão e é um dos réus que serão julgados em agosto pelo STF Imagem: Sérgio Lima/Folhapress

Do UOL, no Rio

20/07/2012 19h00

A poucos dias do início do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal --que começa em agosto--, o delator do suposto esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, passará por uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas, afirmou o médico do ex-parlamentar, acrescentando que ainda é impossível determinar se é maligno ou benigno.

Mais cedo, a assessoria de imprensa do PTB, partido que Jefferson preside, informou que o ex-parlamentar havia sido diagnosticado com câncer. Depois, afirmou que exames mostraram que o tumor não era maligno.

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O médico que cuida de Jefferson, no entanto, disse à agência Reuters por telefone que a natureza do tumor só será determinada após a cirurgia, marcada para o próximo dia 28. "É uma lesão que ainda não se sabe exato a natureza, se é benigna ou maligna", disse o médico José Ribamar de Azevedo. "A definição mesmo vai sair só depois da operação", acrescentou.

O presidente do PTB sentiu que "algo estava diferente", segundo a sua assessoria, na sexta-feira passada (13), o que o levou a marcar uma consulta. Após passar por uma ressonância magnética, os médicos identificaram o tumor.

Jefferson é diabético e, há alguns anos, passou por uma cirurgia de redução de estômago. Em função disso, a operação de retirada do tumor deve ser "mais complexa", porém não há grandes riscos prévios.

De acordo com a equipe do ex-deputado, Jefferson ainda não sabe quando vai se pronunciar publicamente sobre o tumor no pâncreas. Em breve conversa por telefone com um dos seus assessores, o presidente do PTB teria dito que se sente bem e que está confiante no sucesso da recuperação.

Os médicos estimam que há 60% de chances para uma recuperação positiva do ex-deputado. No ano passado, a mãe de Jefferson enfrentou o mesmo tipo de tumor, e obteve sucesso na recuperação.

Críticas à Procuradoria

Roberto Jefferson publicou em seu blog, na manhã desta sexta-feira (20), críticas à Procuradoria-Geral da República acerca de supostos "exageros" no processo sobre o mensalão. O texto foi enviado horas antes de o ex-parlamentar se submeter a exames clínicos que constataram a existência do tumor no pâncreas.

Jefferson cita o posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o contrato milionário da empresa de publicidade DNA, que pertence a Marcos Valério de Souza, com o Banco do Brasil --o documento é uma das principais bases da acusação da Procuradoria contra Valério, que irá a julgamento em agosto.

O ex-deputado menciona ainda que a decisão referente ao contrato de R$ 153 milhões --para serviços realizados pela DNA em 2003-- foi tomada a partir de um relatório assinado pela ministra Ana Arraes, e lembra o fato de que ela é mãe do governador de Pernambuco e presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro), Eduardo Campos.

"TCU decidiu que foi regular o contrato entre a empresa DNA, de Marcos Valério, e o Banco do Brasil, nos termos do relatório da ministra Ana Arraes (mãe do governador Eduardo Campos). A importância da decisão não está no TCU, mas no STF, já que, explicam os jornais, este contrato seria uma das bases da acusação da Procuradoria no processo do mensalão. O julgamento nem começou, mas os exageros da Procuradoria já começam a derrubar o processo, mostrando, a princípio, que a acusação meteu os pés pelas mãos e pode ter dificuldade de, assim, ficar em pé", escreveu Jefferson.

"Mas só agora?"

Durante a convenção nacional do PTB que o reconduziu ao posto de presidente do partido, na quarta-feira (18), Roberto Jefferson disse que que Arlindo Chinaglia (PT-SP), então líder do governo na Câmara, ofereceu uma "saída pela porta dos fundos" para que ele não seguisse com a denúncia que abalou o governo petista em 2005. Chinaglia negou as acusações.

Pela proposta supostamente feita ao ex-parlamentar, Jefferson entregaria a presidência do PTB ao então ministro Walfrido dos Mares Guia, hoje no PSB. Depois, seria escalado um "delegado ferrabrás" para tocar o processo e um relatório pelo não indiciamento do petebista.

"Acharam que eu ia me acovardar. Me confundiram com o Valdemar Costa Neto [então deputado pelo PL]. De joelho eu não vivo, eu caio de pé", afirmou Jefferson à agência Estado.

Em função da repercussão de suas declarações --parlamentares de oposição classificaram como "grave" a acusação contra o ex-líder do governo na Câmara--, Jefferson resolveu comentar sobre o assunto em seu blog pessoal, nesta sexta-feira (20), horas antes de ser submetido aos exames médicos.

"Não sei por que fazer confusão sobre o que eu disse sobre o Arlindo Chinaglia ter ido à minha casa, em 2005, propondo que eu me calasse sobre as denúncias do mensalão em troca da manutenção do meu mandato", questionou o ex-deputado, que afirmou ainda que a mesma afirmação foi feita durante a CPI dos Correios.

"Por que só agora o Chinaglia diz que não foi verdade? Ele sabe muito bem que foi assim que tudo aconteceu. Não tenho nada contra ele, mas se incomoda agora, paciência", finalizou. (Com Agência Reuters)

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