Condenados no julgamento do mensalão, deputados continuam a trabalhar normalmente
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
01/11/2012 06h00
Após a condenação no julgamento do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a vida parlamentar dos deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) segue normalmente na volta dos trabalhos nesta semana no Congresso, segundo suas assessorias. Eles ainda aguardam a definição das penas pelos magistrados, o que deve acontecer a partir do dia 7 de novembro, quando o julgamento será retomado.
A eventual perda do mandato só deverá ser decidida após o término do julgamento na Suprema Corte. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (Pt-RS), o pedido de afastamento dos congressistas só pode ser protocolado pela Mesa Diretora da Câmara ou pelos partidos.
Embora a situação seja de aparente normalidade, apenas o gabinete de Henry continua a divulgar a sua agenda de compromissos --nesta semana, por exemplo, constavam visitas a ministérios para tratar da liberação de recursos do Orçamento. No gabinete de João Paulo Cunha, um assessor informou que a agenda não tem sido mais divulgada nem para os assessores “depois de tudo o que aconteceu”. No caso de Costa Neto, a assessoria de imprensa limitou-se a dizer que ele é deputado no exercício do mandato.
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Henry foi condenado pela Suprema Corte por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas foi absolvido da acusação de formação de quadrilha. Ele teria recebido, junto a outros parlamentares, R$ 2,9 milhões para votar a favor de matérias do interesse do governo federal.
Já Cunha foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (uso de cargo público para prática de desvios). Os ministros entenderam que ele recebeu R$ 50 mil de propina do empresário Marcos Valério. Por conta dessa condenação, o deputado desistiu da sua candidatura à Prefeitura de Osasco (Grande São Paulo).
Costa Neto era presidente do PL (atual PR) e líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e ainda está em empate a acusação sobre formação de quadrilha. Ele teria recebido R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias do interesse do governo federal. Os ministros do Supremo concordaram com a tese da Procuradoria de que Costa Neto e o PL receberam R$ 10,8 milhões das empresas de Valério.