Para legista, provas de que Suzana matou PC e se suicidou são inválidas
Aliny Gama e Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
09/05/2013 13h39
O médico-legista Daniel Munhoz afirmou nesta quarta-feira que as provas Apresentadas pela primeira perícia [que apontam para crime passional] não se sustentam do ponto de vista técnico. “Elas são inválidas. Temos várias provas, sim, de que ela foi assassinada. Não há provas também de que ela matou PC”, afirmou.
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Após simulação, perito concluiu que Suzana não atirou em PC Farias
Para o legista, apesar da divergência sobre a altura de Suzana (segunda a defesa, ela tinha 1,67 m; já o segundo laudo apontou 1,57 m), “problema não é o tamanho, mas sim a postura.”
Munhoz explicou que encontrou uma divergência do trajeto do corpo dela com a trajetória da bala. “Mesmo que houvesse algumas variações, ela não era compatível”, disse. Segundo Munhoz, havia uma distância de 80 cm entre orifício de saída (no nono arco costal) até a parede perfurada.
“Essa é a única trajetória confiável, pois não há obstáculos. Na forma como os peritos colocaram ela (sentada), o tiro pegaria no colchão, não na parede. Ou seja, ela não poderia estar sentada na cama, teria que estar dobrada para frente. Não havia como fazer coincidir o trajeto com a trajetória, a não ser que Suzana tivesse 2 metros de altura”, disse.
Na reconstituição, teria ficado provado que a posição dela era diferente da apresentada na primeira perícia. “Nós testamos várias posições. E quando houve a coincidência do trajeto com a trajetória, ela não conseguia parar nessa posição, ela caia para um lado e para o outro. É uma posição dinâmica. Ela recebeu o tiro quando estava se movimentando. Improvável que alguém se mate em movimento”, disse.
Acusação x Defesa
Acusação | Diz que houve duplo assassinato e que os quatro réus têm conhecimento sobre a autoria do crime |
Defesa | Diz que o crime foi passional. Suzana Marcolino teria matado PC Farias e em seguida se suicidado |
Nas análises, o médico-legista concluiu que que Suzana estava saindo da posição de sentada, tentando se levantar da cama --provalvemente para reagir em defesa-- quando foi atingida pelo tiro.
“O movimento mais provável era que estava levantando da cama, numa posição totalmente instável. Não tem outro jeito de fazer coincidir o trajeto da trajetória. É outro forte indício de homicídio, pois ninguém se mata em movimento, é uma prova cabal”, disse.
Não existe prova alguma que Suzana atirou contra PC.