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A dois dias de decisão sobre Rede, Marina encontra presidente do TSE e reafirma confiança

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

01/10/2013 14h10Atualizada em 01/10/2013 16h10

Diante da incerteza se conseguirá criar a Rede, sigla pela qual pretende concorrer nas eleições de 2014, a ex-senadora Marina Silva evitou comentar nesta terça-feira (1º) se a sua eventual ausência na disputa facilitará a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Disse apenas que uma eleição nunca é “fácil”, independentemente do cenário.

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“Uma eleição para presidente da República pode ser tudo, menos fácil, em nenhuma circunstância”, afirmou após se reunir com a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em Brasília. Marina tem feito um périplo nos gabinetes dos ministros para apresentar um memorial explicando os argumentos da defesa do partido.

A corte decide a próxima quinta-feira (3) se aceitará pedido da Rede para validar outras 95 mil assinaturas que foram checadas e rejeitadas pelos cartórios, sem justificativa.

Do número mínimo de 492 mil assinaturas para a criação do partido, faltam cerca de 50 mil nomes. “Se não fossem as invalidações injustas de 95 mil fichas, a Rede já teria 550 mil fichas”, afirmou Marina.

A ex-senadora disse ainda estar confiante na criação da legenda e, mais uma vez, descartou se candidatar por outro partido.

“Nós teremos o registro da Rede. (...) Estou inteiramente confiante”, disse. “Sinalizar com outro partido seria a denúncia da própria desconfiança. A minha confiança me faz olhar nesse momento apenas para o plano A, que é o plano viável.”

Durante a tarde, Marina se encontrou também com o ministro Gilmar Mendes, que deve substituir o ministro Dias Toffoli na sessão do TSE que deve definir futuro da Rede.

Indagada se teme o pouco tempo para filiar uma bancada com força no Congresso, respondeu que o partido não está fazendo “filiações interesseiras, pensando em tempo de televisão ou ter número”, mas em quem tem “identidade programática”. Deputados e senadores podem mudar de partido até o sábado, prazo final para o troca-troca partidário.

Ao comentar o que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse pela manhã, que seria preciso aguardar a decisão do tribunal, Marina respondeu que ele entendia as dificuldades de se criar um partido.

“O presidente Lula viveu as dificuldades à época da criação do PT. Naquela época, muitos partidos de esquerda nos criticavam porque diziam que nós não éramos um partido leninista-marxista e os partidos de centro nos criticavam que o PT iria dividir as oposições e que, com isso, iria favorecer a ditadura. O sindicalismo getulista criticava o trabalho que fazíamos para criarmos uma central única de trabalhadores, naquela época, independente do aparelho de Estado. Ele sabe as dificuldades de você contribuir para a inovação no processo político, tanto no que concerne às propostas quanto no que concerne às instituições.”