Não há vírgula que indique suspeição, diz relator de processo contra Vargas
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
05/08/2014 16h10
Relator do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) negou nesta terça-feira (5) ser suspeito para conduzir o caso. Segundo ele, “não há uma vírgula que indique a suspeição”.
A defesa de Vargas entrou ontem à noite com um pedido para que Delgado fosse substituído sob a alegação de que ele já teria antecipado em entrevistas à imprensa sua posição pela cassação de Vargas.
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Para Delgado, a estratégia é uma tentativa para protelar a leitura do seu parecer e do seu voto, marcada para a tarde desta terça.
“Se eu fosse suspeito para julgar a causa, seria curioso que só tenha me considerado suspeito agora, quando agendei a leitura do meu parecer”, disse.
Ao se justificar, Delgado explicou ainda que o regimento prevê duas condições objetivas para suspeição, que são: ser o relator indicado para o mesmo Estado ou sigla do representado, o que não ocorre no caso.
“Nem no processo do [ex-ministro e ex-deputado] José Dirceu a gente foi tratado com tanta deselegância”, disse Delgado, que também foi o relator do processo que terminou na cassação do ex-ministro da Casa Civil.