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Sob protestos tímidos, PF faz vistoria em apartamento de Adriana Ancelmo no Rio

Agentes da Polícia Federal chegam para realizar uma vistoria no apartamento da ex-primeira dama do Rio, Adriana Ancelmoda, mulher do ex- governador Sérgio Cabral (PMDB), nesta terça-feira, no Leblon Imagem: Armando Paiva/Agif/Estadão Conteúdo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL no Rio

28/03/2017 15h53Atualizada em 28/03/2017 17h39

A Polícia Federal chegou no início da tarde desta terça-feira (28) para uma vistoria no apartamento de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, bairro nobre do Rio. Ela foi contemplada com o benefício da prisão domiciliar e deve voltar para casa após a fiscalização da PF no imóvel. A vistoria serve para garantir que Ancelmo não tenha acesso a telefone fixo, celular e internet.

Os agentes chegaram por volta das 15h10 em apenas um carro e entraram pela garagem. A vistoria da Polícia Federal no apartamento demorou pouco mais de uma hora. Na saída do local, agentes da PF foram questionados se o imóvel está apto a receber a ex-primeira dama. "Vamos informar ao juízo", disseram os agentes. Eles não responderam outros questionamentos. 

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Homem protesta com cartazes em frente ao apartamento de Adriana Ancelmo no Leblon, no Rio Imagem: Ana Branco/Agência O Globo

Alguns poucos curiosos se aglomeraram perto do edifício para observar a movimentação. Um homem carregava cartazes contra políticos no local.

Um casal de curitibanos que mora há seis meses no Rio disse que passou o dia indo ao prédio de Adriana Ancelmo para acompanhar a movimentação.

Cristina Martins Lima, 47, moradora do Leblon, disse que esperava mais manifestações da porta da ex-primeira dama.

"Em Curitiba a gente leva cartaz. Cadê o povo para se manifestar? Os cariocas não podem dar sossego a eles. Tem que protestar,  sem violência", declarou.

O marido dela, Sandro de Lima, 45, questionou a decisão da Justiça: "Tem mães que dão à luz na cadeia. Não entendi essa decisão."

"Cadê o povo para se manifestar?", questiona casal de Curitiba Imagem: Marcela Lemos/UOL

Uma moradora que não quis se identificar disse que está indignada com a decisão da Justiça. "A Justiça beneficia apenas os ricos", lamentou.

Outra moradora do bairro disse que deixou de ser cliente na joalheria Antônio Bernardo depois que descobriu pela imprensa que a loja servia para lavagem de dinheiro do governador Sérgio Cabral. "Eu quero e incentivo boicote ao Antônio Bernardo. Não compro mais nada dele. Me senti enganada".

Um ciclista passou pela rua e fez xingamentos direcionados a Adriana Ancelmo.

No dia 17 de março, a mulher de Cabral já tinha recebido o benefício da prisão domiciliar,  mas a decisão  foi revogada pelo Ministério Público Federal. No entanto,  a defesa recorreu e alegou que os dois  filhos menores do casal, de 11 e 14 anos, não poderiam ficar sem pelo menos um dos pais. A decisão final foi do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que permitiu a saída de Adriana de Bangu.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio informou que ainda não recebeu nenhum documento oficial solicitando a transferência de Adriana Ancelmo.

Mulher de Cabral, também preso em Bangu, a advogada é investigada por suposta lavagem de dinheiro. Outra suspeita sobre Adriana se refere a contratos firmados pelo escritório de advocacia da qual ela é uma das donas com empresas que prestavam serviço ao Estado durante a gestão de Cabral. Segundo a investigação, o escritório recebeu cerca de R$ 17 milhões em contratos com empresas que prestam serviços públicos.

Envolvida na investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro, a joalheria Antonio Bernardo chegou a pedir desculpas aos seus clientes e afirmou querer elucidar informações que dizem respeito a benefícios fiscais, conduta inadequada e recolhimento de impostos.

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