Temer cancela ida a evento no mesmo horário do julgamento do TSE
Luciana Amaral
Do UOL, em Brasília
06/06/2017 17h39Atualizada em 06/06/2017 19h13
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), cancelou nesta terça-feira (6) a participação em um evento que aconteceria no mesmo horário que o início da sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que retoma o julgamento da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014.
Temer participaria da inauguração da nova sede do Conselho Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), às 19h, no Setor Bancário Norte, em Brasília. O evento estava previsto na agenda oficial do presidente desde a noite desta segunda-feira (5).
A Presidência informou que Michel Temer cancelou a ida ao evento para assistir ao julgamento do TSE.
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Nesta terça, Temer chegou ao Palácio do Planalto por volta das 9h30 e se reuniu com auxiliares e ministros do chamado núcleo-duro, como Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
Pela manhã, o presidente também recebeu o presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, junto a assessores legislativos para tratar de medidas de interesse da instituição no Congresso Nacional, o deputado Arthur Lira (PP-AL), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE) e o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
À tarde, se reuniram com o presidente os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Fábio Ramalho (PMDB-MG), além de ministros e auxiliares de confiança.
Segundo apurou o UOL, o peemedebista deve acompanhar toda a sessão do TSE pela televisão de seu gabinete, no terceiro andar do Palácio do Planalto, junto a assessores e aliados.
Michel Temer havia sido convidado pelo presidente do conselho do Sesi, João Henrique de Almeida Sousa, antes de serem divulgadas as primeiras informações sobre a delação do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, há pouco mais de 20 dias.
Desde então, o presidente se tornou alvo de inquérito autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que apura se ele cometeu os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça.
Com a eclosão da crise política que atingiu seu governo, o presidente passou a defender que "o Brasil não pode parar". Por isso a decisão anterior de confirmar presença no evento desta terça. Em discurso nesta segunda, durante solenidade em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, Temer não citou o julgamento no TSE e afirmou que "o fim da recessão" demonstra o governo em um caminho "responsável”.