PF oferece a Lula uma chance de refletir sobre reforma ministerial
Lula declarou em café da manhã com jornalistas que não cogita reformar o ministério. Guiando-se pela lógica, abriria pelo menos uma exceção, demitindo o ministro Juscelino Filho (Comunicações).
A Polícia Federal, alheia aos assuntos estratégicos que Juscelino precisaria gerenciar, intimou-o a prestar depoimento na semana que vem. Será inquirido sobre as suspeitas de corrupção que o rondam.
Lula demora a notar que um ministro que é compelido com tanta frequência a falar sobre a própria honra já está meio desonrado. Num inquérito policial, todo mundo é inocente até prova em contrário. No composição de um governo, certas culpas precedem a nomeação.
Juscelino tavez devesse ser afastado do cargo como prova em contrário. Sob Bolsonaro, aplicou R$ 5 milhões do orçamento secreto no asfaltamento de estrada que passa na porteira de sua fazenda, no Maranhão.
Em campanha, omitiu da Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos de raça. No ministério, cavou agenda "urgente" em São Paulo como pretexto para voar em jato FAB para um leilão de equinos.
Sabe-se que o União Brasil, partido de Juscelino, ocupa o Ministério das Comunicações como uma capitania, para sempre hereditária. Convidada a indicar um novo donatário, a legenda talvez reincidisse na opção preferencial pela vulgaridade.
A essa altura, entretanto, o melhor favor que Lula poderia fazer a si mesmo seria o cometer erros diferentes. As opções são abundantes.
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