A Bolsonaro, governadores dizem que maioria de homicídios é causada por armas de fogo
Em carta endereçada ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), os governadores do Nordeste, representados pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmam que a região concentra 40,5% dos casos de homicídios no Brasil e ressaltam que a maioria é causada por armas de fogo. O grupo não cita a fonte de referência dos dados.
Uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro foi a flexibilização da posse de armas de fogo. Integrantes de seu governo e aliados já declararam que trabalharão por mudanças na legislação a fim de facilitar a aquisição delas pela população.
“Destacamos, inicialmente, a importância do trabalho em conjunto para a superação dos altos índices de violência registrados no Nordeste, ponto essencial para a melhoria da qualidade de vida. Do total de assassinatos registrados no Brasil, o Nordeste concentra 40,5% dos casos, em sua maioria, provocados por armas de fogo”, diz a carta.
Na carta, os governadores do Nordeste pedem que Bolsonaro dê prioridade à segurança pública com ações integradas, a análises da migração de criminosos, ao combate à entrada de armas e drogas ilícitas na fronteira, e o apoio ao Sistema Nacional de Segurança Pública, assim como a criação do fundo para abastecê-lo com recursos.
Outro ponto destacado pelo grupo de governadores é a necessidade de reformas nos regimes próprios de Previdência Social dos estados. Nas falas na chegada do evento, os chefes estaduais, não apenas do Nordeste, também indicaram que apoiarão uma reforma da Previdência em esfera federal. Ao final da carta, os governadores nordestinos solicitam uma audiência com Bolsonaro para tratarem dos temas de forma mais aprofundada.
A intenção é que a carta seja entregue a Bolsonaro quando este chegar ao Fórum dos Governadores, o primeiro encontro entre os mandatários estaduais eleitos e reeleitos desde o fim das eleições de outubro, que acontece nesta quarta-feira (14) em Brasília.
A reunião foi organizada pelos governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A próxima está prevista para 12 de dezembro.
Ao todo, 20 governadores compareceram. Além dos três citados, estiveram presentes os de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); de Santa Catarina, comandante Moisés (PSL); do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM); do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB); do Pará, Helder Barbalho (MDB); do Amazonas, Wilson Lima (PSC); de Rondônia, coronel Marcos Rocha (PSL); de Roraima, Antonio Denarium (PSL); do Acre, Gladson Cameli (PP); do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS); do Amapá, Waldez Góes (PDT); da Bahia em exercício, João Leão (PP); e do Piauí, Wellington Dias (PT).
Wellington Dias negou que tenha havido alguma espécie de boicote por parte dos governadores nordestinos e justificou a ausência da maioria deles por questão de agenda. Ele disse estar representando os colegas da região com as pautas que os concernem, como fomento à geração de empregos e prioridade ao Plano Nacional de Segurança Pública. “Não tem nada de viés ideológico. Foi em razão mesmo da agenda”, justificou.
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