Processos contra Tabata e outros dissidentes do PDT devem durar até 60 dias
O PDT começou a discutir na manhã de hoje os processos em sua Comissão de Ética contra a deputada federal Tabata Amaral (SP) e outros sete parlamentares que, contrariando orientação do partido, votaram a favor da reforma da Previdência. A expectativa é que o procedimento disciplinar dure de 45 a 60 dias, de acordo com o rito estatutário. Os envolvidos terão prazo para apresentar defesa.
Estão reunidos hoje na sede do partido, em Brasília, o presidente da legenda, Carlos Lupi, e os membros da Executiva nacional, da Comissão de Ética e dos movimentos sociais internos (mulheres, negros, indígenas e outros). Tabata e os colegas que votaram a favor da reforma não participaram da agenda.
O vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, é um dos integrantes da Executiva, mas não compareceu. Ela já tinha um evento marcado em Salvador antes de a reunião de hoje ser agendada.
Em entrevista à Folha, no domingo (14), Lupi declarou que Tabata defende uma "democracia da conveniência" e "acha bom quando o partido decide como ela quer e ruim quando decide como ela não quer".
Assim como os demais dissidentes, a parlamentar paulistana tem sido duramente criticada pelos correligionários.
"Se ela acha que a esmagadora decisão de uma convenção nacional de mais de 500 membros, em que ela estava presente, não é democrática, quero saber o que ela acha que é [democrático]. É ouvir o Jorge Paulo Lemann?", disse Lupi à reportagem da Folha, em referência ao bilionário cuja fundação apoiou a trajetória da deputada.
Além de Tabata, serão alvo de processos disciplinares os deputados: Alex Santana (BA), Subtenente Gonzaga (MG), Silvia Cristina (RO), Marlon Santos (RS), Jesus Sérgio (AC), Gil Cutrim (MA) e Flávio Nogueira (PI). No total, a bancada do PDT na Câmara é formada por 27 parlamentares.
A votação do texto principal da reforma da Previdência contou com 34 votos de deputados que contrariaram a orientação de suas bancadas na Câmara.
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