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Flavio Bolsonaro se filia ao Patriota e abre caminho para chegada do pai

Flavio Bolsonaro (dir) anuncia filiação ao Patriota; movimento abre caminho para o pai se filiar ao partido - Reprodução/Twitter
Flavio Bolsonaro (dir) anuncia filiação ao Patriota; movimento abre caminho para o pai se filiar ao partido Imagem: Reprodução/Twitter

Fabio Castanho e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

31/05/2021 13h42Atualizada em 31/05/2021 15h12

O senador Flavio Bolsonaro anunciou hoje a filiação ao Patriota, movimento que abre caminho para a chegada do pai, o presidente Jair Bolsonaro, ao partido.

Flavio havia comunicado na última semana a saída do Republicanos, partido ao qual se filiou em março do ano passado, ao lado do irmão, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. Ambos deixaram o PSL após a saída do pai e trabalharam com ele na criação do Aliança, mas não conseguiram o apoio necessário para registrar a sigla.

Em mensagem no Twitter, Flavio disse que participou diretamente da "refundação do Patriota em 2018", inclusive com a escolha do nome — antes a sigla se chamava PEN (Partido Ecológico Nacional). Ele postou uma foto ao lado presidente do partido, Adilson Barroso.

A filiação de Flávio abre caminho para a chegada do pai ao Patriota. O flerte entre as partes é antigo, mas o presidente priorizou negociações com legendas como PP e PTB. As conversas não avançaram porque houve resistência interna.

Uma das condições colocadas pelo chefe do Executivo federal foi a prevalência em relação ao comando partidário, com potencial para interferir diretamente em aspectos decisórios como formação de diretórios em estados e municípios, costura de alianças, entre outros.

O Patriota, fundado em 2011 como PEN e ligado à igreja Assembleia de Deus, é um partido considerado "jovem" e que tem poucos caciques em sua estrutura hierárquica. Dessa forma, Bolsonaro viu uma oportunidade de se filiar a uma sigla na qual há espaço para que ele tenha comando irrestrito.

Dirigentes do Patriota dizem acreditar que a filiação de Bolsonaro tem potencial para atrair o interesse de ao menos 20 parlamentes considerados leais. O grupo se mantém alocado em legendas como o PSL, mas à espera da escolha partidária do governante para que possa acompanhá-lo na eleição do ano que vem. Se isso ocorrer, a tendência é que os bolsonaristas acabem desistindo da criação de uma nova agremiação, o Aliança pelo Brasil.

O Patriota deve ser a décima agremiação na carreira política de Bolsonaro. Segundo auxiliares, o convite deve ser formalizado nos próximos dias.

Além de Jair Bolsonaro e de Flávio, em breve os outros filhos do presidente, Eduardo e Carlos, também devem reforçar o Patriota.

Aceno a Bolsonaro

Durante a reunião para filiação de Flavio, o presidente do Patriota, Adilson Barroso, não escondeu o desejo de receber o presidente da República. "Vamos ser grandes. Ele (Bolsonaro) vem hoje para o partido sem pedir uma bala. Aqui no Patriota ele confia em mim e não quer nada de nós", disse Barroso.

Apesar da fala do dirigente partidário de que Bolsonaro não fez exigências, o comando da legenda pretende fazer intervenções e mudar diretórios estaduais do partido para abrigar o grupo político de Bolsonaro. Essa ação tem forte resistência do deputado federal Fred Costa (Patriota-MG) e do vice-presidente da sigla, Ovasco Costa. "Sou contra o golpe rasgando o regimento", declarou Fred ao jornal O Estado de S. Paulo.

Na reunião, o senador Flávio Bolsonaro elogiou o comando do Patriota pela disposição de mudar os diretórios estaduais. "Fico feliz de ver que muitos estão deixando a vaidade de lado, o posicionamento dentro do partido de lado em prol realmente dos princípios que estão escritos no estatuto que ajudei".

* Com informações da Estadão Conteúdo