Topo

Esse conteúdo é antigo

PF faz buscas em gabinete de vereador em PE por fraude na Previdência

Gaturiano Cigano é um dos alvos da operação Errantes, deflagrada na manhã de hoje, contra fraudes na Previdência - Divulgação
Gaturiano Cigano é um dos alvos da operação Errantes, deflagrada na manhã de hoje, contra fraudes na Previdência Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL

16/02/2022 15h53Atualizada em 16/02/2022 15h59

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador de Petrolina (PE) Gaturiano Cigano (União Brasil). O parlamentar é um dos alvos da operação Errantes, deflagrada na manhã de hoje, contra fraudes na Previdência Social.

Mais de 150 policiais federais, com o apoio do Núcleo de Inteligência Previdenciária e Trabalhista, cumprem 24 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão nas cidades de Petrolina, Tabira(PE) e Filadélfia (BA).

A Câmara de Vereadores de Petrolina confirmou a ação no gabinete do vereador. "A Câmara atendeu de imediato ao mandado e prestou auxílio ao trabalho dos agentes. A ação foi acompanhada pelo presidente da Câmara, o vereador Aero Cruz, bem como pela Diretoria Administrativa e pela Assessoria Jurídica da Casa. As investigações seguem com as autoridades competentes."

O UOL tenta contato com a defesa de Gaturiano Cigano. O texto será atualizado em caso de retorno.

Prejuízo de R$ 60 milhões ao INSS

De acordo com as investigações, o grupo criminoso investigado pela Polícia Federal é suspeito de ter gerado prejuízo de cerca de R$ 60 milhões ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O valor se refere aos 420 benefícios fraudulentos constatados pela Polícia Federal. Estima-se que o prejuízo evitado, levando-se em conta os valores que continuariam sendo pagos aos beneficiários, seja de aproximadamente R$ 100 milhões.

Os investigados são suspeitos de criarem pessoas fictícias para a obtenção indevida do BPC (Benefício de Prestação Continuada), valor de um salário mínimo pago pelo INSS a pessoas com mais de 65 anos e/ou portadoras de deficiência.

A organização criminosa aliciaria idosos que poderiam ter direito ao benefício, fornecia documentos de identidades falsos para esses idosos, instruía os processos administrativos de concessão de benefícios com os documentos falsificados e orientava os aliciados a comparecerem nos bancos para efetuarem os saques.

Durante as apurações, foi constatado, segundo a polícia, que uma única idosa arregimentada pelo grupo fez o uso de 31 documentos de identidade falsos e, com base neles, recebeu 31 Benefícios de Prestação Continuada.

Os envolvidos devem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de estelionato majorado, uso de documento falso, falsidade ideológica, agiotagem e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem chegar a 28 anos de reclusão.