PF abre inquérito para investigar Caixa 2 em campanha de Alexandre Kalil
A Polícia Federal de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar se o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) recebeu vantagens indevidas no financiamento de sua campanha à reeleição, em 2020, e em sua pré-campanha ao governo de Minas Gerais. Amanhã (15), Kalil fará a primeira aparição pública ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Planalto, durante evento em Uberlândia.
O inquérito foi aberto com base em uma denúncia do Ministério Público de Contas do estado, elaborada a partir de acusações do ex-chefe de gabinete de Kalil, Alberto Lage, de que havia um esquema de Caixa 2 dentro da Prefeitura. O esquema seria gerenciado por Adalclever Lopes (PSD), então secretário de governo de Kalil. Por meio de assessoria, Adalclever Lopes afirmou não ter conhecimento sobre o inquérito. Kalil classificou o caso como "novidade eleitoreira".
O caso veio à tona durante a CPI da BH Trans no ano passado, da qual Lage foi depoente, que investigava contratos da administração municipal com a empresa responsável pelo transporte público da capital. A CPI foi um dos maiores desgastes enfrentados pelo ex-prefeito, já que desde o primeiro mandato Kalil tinha por promessa de campanha "abrir a caixa-preta da BH Trans".
Segundo Lage, donos de concessionárias de transporte de BH contribuíram financeiramente com a campanha de Kalil à reeleição e ainda contribuíam para a pré-campanha dele ao governo de Minas. Os mesmos empresários também auxiliavam no financiamento da pré-campanha de Adalclever a deputado estadual.
Procurado pelo UOL, Kalil declarou —por meio de sua assessoria de imprensa — que a CPI da BH Trans foi uma armação política do Palácio Tiradentes. O local abriga a sede do governo mineiro, atualmente ocupado por Romeu Zema (Novo), seu adversário direto nestas eleições.
"Investiguem! Chegou a campanha eleitoral e corrupto é que tem medo de investigação de Ministério Público e Polícia Federal. Essa CPI foi totalmente política, armada pelo Palácio Tiradentes. É tema requentado que já foi debatido antes. Não passa de 'novidade' eleitoreira", disse Kalil.
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