Élcio foi a bar com Lessa após crime e viu na TV que Anderson tinha morrido
Do UOL, em São Paulo, no Rio e em Brasília
24/07/2023 15h51Atualizada em 24/07/2023 19h55
Os acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes foram para um bar após cometerem o crime no Rio de Janeiro, em março de 2018. As informações foram dadas pelo ex-PM Élcio de Queiroz em delação premiada à Polícia Federal — o UOL teve acesso à íntegra do documento.
O que Élcio contou sobre a ida ao bar
Élcio disse que ele e Ronnie Lessa foram ao Resenha Bar e Restaurante, localizado na Barra da Tijuca. No local, eles encontraram com o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, a esposa dele e outros policiais.
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As televisões no bar noticiavam o assassinato. Durante um tempo no bar, Lessa e Suel conversaram em particular. Élcio disse que não conseguiu ouvir o assunto entre eles.
Suel foi até Élcio e Ronnie e disse que sabia que eram eles os responsáveis pelo crime. "Mesmo sem falarmos nada, pois nesse momento já estava passando de 5 em 5 minutos no noticiário", disse Élcio à polícia.
Élcio afirmou que soube pela TV que o motorista Anderson também tinha morrido. "Até que falou, morreram duas pessoas no local e tal... Eu falei, que merda."
Ele [Ronnie Lessa] falou pra eu ficar tranquilo, me tranquilizava e, no final das contas, eu fiquei bêbado. [...] Estava louco, vomitei umas três vezes, querendo já sumir do mundo.
Élcio de Queiroz, em delação
Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, apontados como autores dos homicídios — o primeiro teria atirado nas vítimas, e o segundo dirigia o carro que emparelhou com o da vereadora. Eles ainda não foram julgados, mas passarão por júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.
"Picotaram" a placa do carro
Élcio conta que se reuniu com Lessa e Suel para dar um fim à placa do carro utilizado no assassinato. Isso teria acontecido no dia seguinte ao crime, e o grupo usou uma tesoura para "picotar" a placa.
Élcio afirmou à PF que Suel foi o responsável por levar uma nova placa e colar um adesivo da Apple na traseira do veículo. "Fizemos uma varredura no carro ali para tirar umas cápsulas que ainda estavam dentro do veículo", disse.
Os acusados jogaram os pedaços da placa e as cápsulas das balas na região do Engenho de Dentro.
Uma das preocupações do Ronnie com as cápsulas foi da digital, porque ele estava sem luvas. Ele estava muito preocupado com isso aí; por causa que chegaram a pegar uma parcial e eu perguntei pra ele se quando ele municiou estava de luvas e ele falou que não, deu uma explicação técnica, que com calor não tem como checar.
Élcio de Queiroz em delação