Lira diz que Lula escolhe ministros, mas trabalha por 'composição adequada'
Do UOL, em São Paulo
31/07/2023 17h48Atualizada em 31/07/2023 19h59
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje que cabe ao presidente Lula escolher a formação de seus ministérios, mas ressaltou que trabalha junto ao governo por uma "composição adequada".
O que Lira disse:
Em meio às negociações entre o centrão e Lula, Lira afirmou que cabe ao presidente estabelecer um diálogo republicano com as direções e os líderes partidários. Na semana passada, o petista disse que conversaria com líderes partidários do PP e do Republicanos sobre as trocas ministeriais para acomodar o Centrão.
"À presidência da Câmara dos Deputados cabe, prioritariamente, manter a relação institucional com a Presidência da República para buscar a aprovação de matérias de interesse do país", escreveu.
Continuo trabalhando junto a eles para fazer a composição adequada para o governo obter a necessária sustentação política no Congresso Nacional, conforme diálogo mantido com o presidente da República, após a votação da reforma tributária.
Arthur Lira
Trocas ministeriais
O presidente Lula vai ter de escolher entre diminuir o número de aliados ou de mulheres na Esplanada dos Ministérios em busca de apoio do Centrão no Congresso.
Desde que fechou a entrada de PP e Republicanos no corpo ministerial, o governo tem tentado resolver um xadrez para não criar problemas com aliados nem quebrar promessas de campanha, mas Lula já aceita que alguma das pontas terá de ficar descoberta.
O presidente tem repetido que não quer diminuir o número de mulheres no alto escalão. A articulação do governo repassou isso para o centrão e busca saídas para que cargos visados, como Esporte, Ciência e Tecnologia e a presidência da Caixa Econômica, se mantenham com comando feminino.
Por outro lado, os governistas tentam evitar que, para agradar o centrão, acabem desagradando aliados. O PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, tem pastas em xeque, assim como membros do próprio PT de Lula e apoiadores antigos.
Lula já entendeu que a conta não fecha e tem ouvido aliados que defendem posições distintas. A decisão deverá ser tomada nas próximas semanas, com a retomada das sessões no Congresso e após reuniões com lideranças do centrão.