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Moraes manda apreender armas e tablet e quebrar sigilo bancário de Zambelli

Carla Zambelli, em coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados Imagem: Reprodução

Do UOL, em Brasília

02/08/2023 12h02Atualizada em 02/08/2023 22h02

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a apreensão de armas, munições, computadores, celulares e passaportes nos mandados de busca e apreensão da investigação que tem como alvos a deputada federal Carla Zambelli (PL) e Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato.

O que aconteceu?

A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, em Araraquara (SP), Walter Delgatti Neto, enquanto Zambelli foi alvo de busca e apreensão.

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Eles são investigados pela invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão).

Além de armas e dispositivos eletrônicos, Moraes ordenou apreensão de:

  • Veículos eventualmente encontrados no endereço e nos armários de garagem
  • Dinheiro
  • Bens, como joias, obras de arte e outros objetos, em valores superiores a R$ 10 mil desde que não comprovada cabalmente, no local dos fatos, a origem lícita.

Moraes ordenou à PF que procurasse "eventuais cômodos sercetos" ou salas reservadas nos endereços de Zambelli.

O ministro determinou ainda a quebra de sigilo bancário de Zambelli, Delgatti e outros intermediários de um suposto pagamento realizado via Pix pela deputada para os serviços do hacker.

Os fatos investigados configuram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Zambelli nega cometimento de qualquer crime e diz que está disposta a cooperar com autoridades.

Advogado de Walter Delgatti, Ariovaldo Moreira, informou ao UOL que seu cliente está preso na PF de Araraquara, mas não deu detalhes sobre os próximos passos que a defesa tomará. É a terceira vez que o hacker é preso em operação da PF. As outras duas ocorreram em 2019, na Operação Spoofing. Solto em 2020 usando tornozeleira eletrônica, foi preso novamente em junho de 2023 por descumprir as medidas judiciais, já que afirmou que cuidava das redes sociais de Carla Zambelli, o que era proibido.

Delgatti estava sob uso de tornozeleira eletrônica desde 10 de julho por decisão da Justiça.

Mandado de prisão falso contra Moraes

Delgatti e Zambelli conseguiram invadir os sistemas do CNJ e BNMP usando credenciais falsas obtidas de forma ilícita entre 4 e 6 de janeiro de 2023.

Foi inserido um mandado de prisão falso contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que dizia: "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L".

Também foram inseridos 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos nos sistemas do CNJ e de outros tribunais do Brasil.

Delgatti já admitiu que ele foi o autor da invasão ao CNJ e do falso mandado de prisão contra Moraes a pedido de Carla Zambelli. A invasão seria uma espécie de prêmio de consolação para a deputada, que queria, na verdade, que ele hackeasse as urnas eletrônicas e as contas de Moraes.

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