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Eliziane: Bolsonaro era comandante de ação golpista e deve ser indiciado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) em sessão da CPI do 8 de janeiro Imagem: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

16/08/2023 22h18

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI do 8 de janeiro, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser indiciado no relatório final que ela vai produzir na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Declaração foi feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O que disse Eliziane:

Gama detalhou que o ex-presidente deve ser indiciado porque era "o comandante máximo de todo esse processo". Ele era o presidente da República. Ele tinha um poder muito grande. (...) Há todo um conjunto de militares no entorno dele que tinham e estavam sob o guarda-chuva dele. Ele era o comandante máximo de todo esse processo", disse a senadora.

Para ela, é preciso entender a autoria intelectual dos atos golpistas em Brasília. "No caso de Bolsonaro, para além da questão do financiamento, a gente precisa também entender a autoria intelectual. Ele era o maior formador de opinião do Brasil. E a gente precisa também responder à pergunta: Quem planejou? Quem instigou o 8 de janeiro? O indiciamento é muito possível exatamente por isso", acrescentou a senadora.

Apesar de considerar o indiciamento, a senadora não confirmou que Bolsonaro será ouvido na CPI, ao longo das próximas semanas.

A relatora também afirmou que o seu relatório vai apontar as Forças Armadas como a instituição responsável por impedir a tentativa de golpe de Estado. "Acho que as Forças Armadas no Brasil hoje, o Alto Comando, a instituição Forças Armadas impediu um golpe no país. A instituição como um todo não se curvou, não aceitou, na verdade, essa provocação, e tanto que nós não tivemos um golpe no Brasil", esclareceu.

Eliziane também disse que a divulgação dos relatórios financeiros de Mauro Cid exigiu que a CPI ampliasse a investigação para que se tenha a quebra do sigilo bancário de Bolsonaro. "Para a gente entender quem financiou o golpe, a gente precisa saber para onde é que esse dinheiro está sendo movimentado".

A relatora afirmou que não está "poupando" integrantes das Forças Armadas de serem ouvidos na CPI. Citou a oitiva de Mauro Cid e Jean Lawand. Ela falou ainda que tem a aprovação da convocação do general G.Dias e uma proposta apresentada da convocação do general Dutra, que, segundo ela, "claramente foi a pessoa que, pelos relatos que nós temos, impediu a desmobilização dos acampamentos".

Na minha parte como relatora, não estou poupando ninguém. Sigo uma linha de investigação. Vamos tentar encontrar as pessoas que individualmente tentaram chegar e trabalhar para que houvesse, de fato, esse golpe no Brasil.
Eliziane Gama, relatora da CPI do 8/1

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