Humberto Costa lamenta modo de PT ceder ministérios e celebra saída de Aras
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse hoje, durante o programa UOL Entrevista, que o governo Lula deu espaço para partidos de centro sem "garantias" e, por isso, avalia que a consequência dessa "contingência" será a necessidade da gestão petista "novamente conceder espaços" em uma reforma ministerial em busca de apoio.
Costa disse aos colunistas Carla Araújo e Josias de Souza que o governo deveria ter assegurado uma quantidade significativa de votos antes de ceder ministérios desde o primeiro momento.
Deveríamos ter relutado mais em conceder dar nove ministérios a essas forças políticas sem a garantia que esses nove ministérios dariam ao governo uma quantidade de votos muito significativos. [...] Agora, o governo precisa novamente conceder espaços para ver consegue chegar numa conta de 300 parlamentares [na base governista].
Humberto Costa, senador (PT-PE)
Ainda assim, o senador não quis classificar a decisão como um erro do partido no início do governo Lula.
Não estou falando que foi um erro, foi uma contingência ali. [...] Eu não participei do processo de discussão, negociação e composição do governo, então não posso fazer uma crítica, dizer que foi um erro.
Humberto Costa, senador (PT-PE)
Fim da linha para Aras na PGR
Humberto Costa ponderou que a PGR (Procuradoria-Geral da República), chefiada por Augusto Aras, "não se interessou" em dar continuidade à responsabilização dos investigados pela CPI da Covid na Justiça durante a gestão Bolsonaro e se disse "feliz" por considerar que o atual chefe da PGR não deve obter um novo mandato.
O senador disse considerar que os trabalhos da comissão não terminaram "em pizza", porque trouxeram "consequências muito concretas e relevantes", como o início da vacinação. "Sem a CPI, a gente começaria a vacinar muito depois, talvez de forma mais atrapalhada do que foi", afirmou.
Hoje eu fico feliz de estar sentindo que provavelmente esse Procurador-Geral [da República, Augusto Aras] não será reconduzido, porque, na verdade, a grande responsabilidade por não termos tido consequências maiores, inclusive, para o presidente Bolsonaro e para alguns de seus ministros, foi o fato de que a Procuradoria-Geral da República não se interessou, realmente, por levar adiante as investigações que a CPI fez. A gente que estava ali na CPI [...], nós vimos que o procurador não cumpriu, na minha visão, na visão de outros mais, corretamente o seu papel naquele momento.
Humberto Costa, senador (PT-PE)
Ainda assim, questionado sobre a responsabilidade dos senadores em reconduzir Aras em 2021, ele classificou o processo como "muito difícil". Humberto Costa afirmou que "o que se dizia é que podia vir coisa muito pior por parte do Bolsonaro" caso o chefe da PGR não fosse indicado e aprovado para outro mandato.
Aprovação de ozonioterapia foi um erro: 'mea culpa'
Segundo o senador, a regulamentação da ozonioterapia avançou com a ajuda do próprio Humberto Costa, já que o PL (projeto de lei) passou pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que ele preside e pauta.
"Eu sou um dos responsáveis por esse erro", afirmou o ex-ministro da Saúde. Humberto Costa, contudo, disse ter se baseado em um parecer inicialmente favorável do Ministério da Saúde, emitido por um de seus diretores, e que foi posteriormente revisto, quando o projeto avançou e repercutiu negativamente na sociedade.
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Quero receberNas discussões da Casa Civil, secretaria de Relações Institucionais, enfim, prevaleceu a opinião de que não era um projeto nocivo. Haverá, sem dúvida, muitos questionamentos e, quem sabe, a busca por alguma maneira de tornar mais controlada, mais rígida a possibilidade de utilização [da ozonioterapia]. [...] O projeto realmente é autorizativo, ele não dá a possibilidade de isso ser disseminado. Agora, na medida que alguém leigo houve que está legalizado, está autorizado, pode talvez ser vítima de tratamentos que realmente não tem uma confirmação cientifica.
Humberto Costa, senador (PT-PE)
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) salientou, logo após a aprovação da lei, que a ozonioterapia somente é indicada para procedimentos odontológicos ou estéticos.
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