Com sigilo em discussão, Zambelli se diz tranquila e pronta para ir à CPI
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que está "tranquila" com a possibilidade de a CPI dos atos golpistas aprovar a quebra de seu sigilo fiscal, telemático e telefônico. Ao UOL, ela reforçou que "está à disposição" da comissão para ser ouvida.
O que aconteceu
A comissão vai analisar amanhã (24) os requerimentos que pedem a quebra de sigilo da parlamentar. Ela entrou na mira da CPI depois que o hacker Walter Delgatti afirmou ter sido contratado por Zambelli para cometer atos ilícitos contra a lisura do processo eleitoral.
A deputada disse que "não entende" o motivo de o colegiado votar a quebra de sigilo dela, uma vez que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), já havia autorizado a medida, no início de agosto: "Era só requisitar". No entanto, Moraes autorizou apenas a quebra de sigilo bancário.
Segundo Zambelli, isso "fortalece a narrativa" dos governistas, com apelo midiático contra ela. A deputada disse que "está à disposição" da CPI para falar sobre o caso do hacker. Ela preferiria, no entanto, ser convidada, em vez de ser convocada, uma vez que é parlamentar. A convocação tem caráter obrigatório.
Ontem, houve uma reunião para discutir quais requerimentos seriam analisados, mas, sem acordo, a sessão foi cancelada, sem uma pauta formalizada.
A convocação de Zambelli foi alvo de discussão na reunião de ontem. Mas o requerimento não foi incluído na lista de pedidos que serão analisados na sessão de amanhã.
Coube ao presidente da CPI, o deputado Arthur Maia (União-BA), decidir o que seria apreciado. Nos casos anteriores, ele publicou uma pauta em comum acordo entre os parlamentares de oposição e de situação, sem necessidade de os requerimentos irem a voto.