Amorim: Nunca vi nada parecido com joias recebidas por Bolsonaro
Do UOL, em São Paulo
04/09/2023 11h38Atualizada em 04/09/2023 13h18
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, disse hoje ao UOL Entrevista que nunca viu na carreira dele como diplomata e chanceler presentes como as joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O que ele disse
"Nunca vi nada aproximado [com essas joias]", respondeu Amorim ao ser questionado se presentes como os concedidos pelo governo árabe ao ex-presidente são comuns.
"É evidente que o que ocorreu é totalmente condenável, tem que ser investigado e objeto de punição, não tenho nenhuma dúvida. Há regras muito claras do que fazer com os presentes que são concedidos", afirmou.
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Para ele, caso além de violar a lei, também vai contra o bom senso. "Tem coisas que não se chegou a legislar porque não precisou. Mas não é preciso que haja uma lei me proibindo de levar para casa os meus instrumentos de trabalho", exemplificou. "O fato de ser guardado pessoalmente não é correto, vendido então... parece paroxismo".
'Lula não tem plano de paz explicitado para guerra da Ucrânia'
O ex-ministro das Relações Exteriores avaliou que Lula deu contribuição importante no debate global sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. "O Lula não tem um plano de paz explicitado. O que ele fez e teve enorme repercussão foi dizer que é preciso falar de faz, porque até então, a conversa era só sobre a guerra, como ganhar a guerra".
Para ele, é impossível que o conflito tenha ganhadores. "Falta os dois lados se convencerem que não vão ganhar a guerra", disse, acrescentando ser necessário que ambos países cedam, embora a invasão russa tenha sido condenável. "A solução nem sempre é a ideal, a solução é a possível".
'Comandantes militares estão muito engajados com a democracia'
Amorim, que também foi ministro da Defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, avaliou que o comando militar está "muito engajado" com a democracia e que não há preocupação sobre as Forças Armadas no 7 de Setembro. "Vejo uma confluência [do governo] com o que falam os comandantes militares", disse.
Assessor disse que país precisa recuperar seus símbolos. "É muito engraçado porque você ouvia as pessoas falando que nós [petistas] éramos partidários, mas nunca excluímos ninguém ou fizemos do verde e amarelo uma coisa exclusiva dos nossos governos. Ela é do Brasil e continuará a ser do Brasil".
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