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Moraes manda à PF caso dos R$ 17 milhões enviados via Pix a Bolsonaro

Imagem: Andre Violatti/Ato Press/Estadão Conteúdo

Do UOL*, em São Paulo

06/11/2023 21h37Atualizada em 06/11/2023 21h45

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou para análise da Polícia Federal o caso envolvendo uma "vaquinha" via Pix que arrecadou mais de R$ 17 milhões para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

Moraes atendeu a uma sugestão enviada em outubro pela PGR (Procuradoria-Geral da República). O pedido inicial de investigação partiu dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO) e da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). A PGR disse entender que os parlamentares não poderiam ter entrado com o pedido diretamente no STF, mas sugeriu o encaminhamento do caso à PF — o que foi acatado por Moraes.

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PF deve analisar se há ligação entre doações e inquérito das milícias digitais. Bolsonaro é um dos investigados no caso, que também apura o financiamento desses grupos. Para a PGR, há elementos suficientes para justificar a necessidade de análise mais profunda das doações feitas ao ex-presidente.

A análise dos indícios e provas da produzidas em razão das diligências investigativas realizadas pela Polícia Federal [no âmbito do inquérito das milícias] aponta a existência de uma verdadeira organização criminosa (...) com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito.
Alexandre de Moraes, ao justificar decisão

"Vaquinha" arrecadou mais de R$ 17 milhões a Bolsonaro. Segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o ex-presidente recebeu R$ 17,1 milhões em transferências via Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. O documento também apontou que esse valor foi movimentado por meio de 769 mil transações feitas para a conta do ex-presidente no período.

Dinheiro tinha como objetivo ajudar Bolsonaro a pagar multas judiciais. A campanha de doação começou depois do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que deixou o ex-presidente inelegível. O relatório do Coaf mostrou que 18 pessoas — advogados, empresários, militares, agricultores, pecuaristas e estudantes — pagaram entre R$ 5 mil e R$ 20 mil ao ex-presidente. Além delas, há três empresas. Uma delas fez 62 transferências que totalizam R$ 9,6 mil.

Em julho, ex-presidente confirmou ter recebido doações e ironizou. "Obrigado a todos aqueles que colaboraram comigo no Pix há poucas semanas. Dá para pagar todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro aqui para a gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a dona Michelle", disse Bolsonaro durante um encontro do PL Mulher, em 29 de julho.

(*Com Estadão Conteúdo)

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